Não são só as empresas que têm recorrido às vendas de porta em porta como forma de aumentar seu faturamento. Para os revendedores, o modelo também é uma oportunidade de manter o poder de compra ou garantir o orçamento doméstico depois de uma demissão.
Na Cacau Show, segundo conta o gerente de novos canais, Daniel Roque, a maioria dos revendedores já tem um emprego e usa as vendas para complementar a renda. “A nossa compra média mensal está em torno de R$ 700. Desta forma, os revendedores conseguem incrementar o salário com valores que variam entre R$ 300 e R$ 350”, relata.
Esse também é o valor que a esteticista Viviane de Oliveira costuma faturar vendendo cosméticos da marca Avon. Ela aproveita as clientes em quem faz procedimentos estéticos para vender os produtos e aumentar a renda mensal. “Falo bastante com as mulheres, além das minhas clientes de limpeza de pele eu vendo aqui na minha vizinhança”, diz. Ela conta que às vezes é possível faturar R$ 500 com as vendas. “O dinheiro das vendas eu gosto de usar para mim mesma. Normalmente é esse dinheiro que eu uso para ir ao salão de beleza”, conta.
Utilizar a rede de contatos do emprego formal parece ser uma boa forma de revender produtos. A fisioterapeuta Simone Abreu, que vende artigos da Natura, trabalha em dois hospitais de Curitiba e tem os outros funcionários como seus clientes fiéis. “Eu não posso fazer vendas dentro do hospital, então chego antes do horário de trabalho com os produtos todos no meu carro para atender aos pedidos. Eu vendo para todo mundo no hospital, dos médicos ao pessoal da limpeza. Sempre alguém precisa comprar um presentinho”, diz.
Segundo ela, o complemento de renda é quase equivalente ao valor de seu salário e em muitos momentos é o que garante o pagamento das contas.
Ocupação principal
Em alguns casos, a atividade que começou como forma de ganhar dinheiro extra acaba sobrepondo o emprego principal. Esse é o caso de Myrane Noronha, que durante quatro anos conciliou a venda de produtos da empresa americana Mary Kay com um emprego na PUC-PR.
“Chegou um momento que a Mary Kay cresceu tanto que eu tive que escolher. Pela flexibilidade de horário, pelos ganhos e reconhecimento eu acabei saindo do meu emprego formal”, conta Myrane, que agora é diretora de vendas independente da Mary Kay.
Atualmente, a Mary Kay, que chegou ao Brasil em 1963, tem mais 440 mil pessoas em sua equipe de vendas independente, 140 mil a mais que em 2014. Myrane conta que o trabalho exige disciplina.
“É uma carreira independente, a gente não tem chefe, os resultados são por merecimento, então precisa ser muito disciplinado”, relata. Segundo ela, foi a nova ocupação que trouxe estabilidade financeira e que permitiu também a conquista da casa própria.
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