São Paulo - As vendas de veículos em abril caíram 13,7% em relação a março e 10,3% em relação ao mesmo mês do ano passado, somando 234,4 mil unidades. O setor demitiu de um mês para ou outro mais de mil funcionários e, apesar de a produção declinar 6,9% em relação a março, o estoque de veículos no pátio das montadoras cresceu 23,2%. Para a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a queda nas vendas é reflexo da antecipação das compras em março, quando o mercado esperava a extinção do corte do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). O benefício, no entanto, foi estendido pelo governo até o final de junho.

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O presidente da entidade, Jackson Schneider, argumenta também que a queda nas vendas é resultado do número menor de dias úteis em abril. Com os dados de ontem, a Anfavea decidiu manter suas projeções para o mercado neste ano. A expectativa é de que as vendas de veículos no mercado doméstico caiam 3,9% em relação a 2008, totalizando 2,71 milhões de unidades.

Schneider destacou que o desempenho no acumulado do ano ficou praticamente em linha com o mesmo período do ano passado, quando a indústria bateu recordes. As vendas foram de 902,7 mil veículos vendidos, uma queda de 0,7% no período entre janeiro e abril deste ano em comparação com o mesmo intervalo do ano passado.

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Ontem, o presidente da Anfavea teve uma reunião com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, e outros representantes da cadeia automotiva para discutir a redução da demanda do mercado externo, que é uma das principais preocupações do setor. Nos quatro primeiros meses do ano, as exportações de veículos e máquinas agrícolas caíram 52% para US$ 2,4 bilhões. Em unidades, a queda foi de 50,3% para 123,1 mil unidades. Para Schneider, a retração do mercado externo é responsável pelas demissões no setor.

O setor automotivo encerrou abril empregando 120.754 pessoas em abril, o que representa queda de 4,1% na comparação com abril de 2008 e de 1,1% em relação a março. Na comparação com abril do ano passado, as demissões se concentraram no segmento de máquinas agrícolas, que tiveram o número de empregados reduzido em 13,4%, passando de 17.040 empregados para 14.753 vagas, enquanto o restante do setor automotivo teve uma redução de 2,6% no período, caindo para 106.001 empregados.