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Desempenho

Vendas caem e comércio tem o pior Natal em 12 anos

Cenário econômico ruim e incerto contaminou o ânimo dos consumidores neste fim de ano e influenciou o resultado do comércio | Henry Milléo/Gazeta do Povo
Cenário econômico ruim e incerto contaminou o ânimo dos consumidores neste fim de ano e influenciou o resultado do comércio (Foto: Henry Milléo/Gazeta do Povo)

As expectativas pessimistas do comércio para o Natal deste ano se concretizaram. As vendas recuaram 1,7% no país entre 18 e 24 de dezembro deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado e registraram a primeira retração da série iniciada em 2003, segundo informações da Serasa Experian divulgadas ontem. Em 2013, as vendas haviam subido 2,7% e, em 2012, 5,1%.

Nos shoppings de todos o país, as vendas cresceram 3% em relação a 2013, de acordo com dados da Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings (Alshop), com base em levantamento realizado com 150 empresas associadas. Apesar disso, as vendas deste ano foram as piores em dez anos. "Os juros altos encarecendo o crediário, inflação elevada e o baixo grau de confiança dos consumidores afetaram negativamente as vendas de Natal deste ano", disse a Serasa em nota.

Segundo balanço da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), divulgado ontem, na semana do Natal houve uma pequena alta de 3% nas vendas na comparação com o Natal de 2013, e de apenas 1,5% (descontada a inflação) em relação ao resultado apurado em dezembro do ano passado, resultados que refletem o aumento vegetativo das redes de lojas, com a inauguração de 25 novos empreendimentos ao longo do ano. "Esse crescimento nas vendas do varejo de shopping é baseado principalmente no aumento do número de lojas com a entrada de novos empreendimentos. É bom frisar que, se considerado as mesmas lojas, o crescimento de vendas foi negativo ou o mesmo de 2013", avaliou Nabil Sahyoun, presidente da Alshop. Neste ano, as vendas somaram R$ 143,4 bilhões.

Antecipação

Segundo ele, em dezembro houve uma mudança no comportamento do consumidor que antecipou suas compras com a promoção da Black Friday e, ao longo do ano, houve um aumento das vendas pela internet, o que acabou se refletindo em uma redução de 7% no fluxo de pessoas nos shoppings paulistas na véspera do Natal. Além disso, a Copa do Mundo, a dificuldade para obtenção de crédito, associada ao aumento dos juros e da inflação, também ajudaram a derrubar as vendas nas lojas. "Não foi um ano bom para a indústria de shopping. Tivemos perda de faturamento por conta das eleições, da Copa, dessa política econômica do governo e até dos rolezinhos", disse Sahyoun.

Expectativas

Para 2015, as expectativas não são das melhores. O presidente da Alshop estima que as vendas brutas não devem superar os RS$ 143 bilhões registradas em 2014, principalmente por conta dos fatores negativos previstos para economia em 2015, como a contenção de investimentos, o aumento de impostos e os desdobramentos do escândalo na Petrobras.

"Nossa expectativa hoje é que as vendas do nosso setor não devem crescer em 2015", afirmou o executivo.

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