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Black Friday infla resultado do comércio eletrônico no fim do ano
Estadão Conteúdo
As compras do comércio eletrônico no período de Natal renderam R$ 5,9 bilhões, o equivalente a um crescimento de 37% em relação ao verificado no mesmo período do ano passado, de acordo com a E-bit, empresa especializada em informações sobre o setor. Os dados correspondem ao período do dia 15 de novembro a 24 de dezembro de 2014, incluindo, portanto, a ação promocional à Black Friday.
Conforme a empresa, o resultado superou a expectativa inicial, que previa R$ 5,2 bilhões em vendas para a data. No total, foram feitos 15,2 milhões de encomendas, com um tíquete médio de R$ 388. A E-bit considerou que o grande incentivador do aumento de vendas foi a Black Friday, no dia 28 de novembro, que representou 20% de todo este faturamento.
A entrada de novos consumidores também foi apontada como fator de crescimento do comércio eletrônico no país. Segundo a empresa, no Natal deste ano, estes novos consumidores representaram 1,5 milhão de pessoas. "Em momento de instabilidade econômica como foi este final de ano, os consumidores intensificam as compras pela Internet, pois isso pode representar ainda mais economia e conveniência em efetuar boas compras", disse o diretor executivo da E-bit, Pedro Guasti.
As categorias com maior quantidade de pedidos foram Moda e Acessórios, Cosméticos, Perfumaria e Saúde, Eletrodomésticos, Telefonia e Celulares e Informática.
A E-bit apontou crescimento das compras realizadas por aparelhos móveis. Em faturamento, a expansão foi de 82%, passando de 4,8% do faturamento total para 8,8%. Em número de pedidos, a alta foi de 96%, também alcançando 8,8% do total.
As expectativas pessimistas do comércio para o Natal deste ano se concretizaram. As vendas recuaram 1,7% no país entre 18 e 24 de dezembro deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado e registraram a primeira retração da série iniciada em 2003, segundo informações da Serasa Experian divulgadas ontem. Em 2013, as vendas haviam subido 2,7% e, em 2012, 5,1%.
Nos shoppings de todos o país, as vendas cresceram 3% em relação a 2013, de acordo com dados da Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings (Alshop), com base em levantamento realizado com 150 empresas associadas. Apesar disso, as vendas deste ano foram as piores em dez anos. "Os juros altos encarecendo o crediário, inflação elevada e o baixo grau de confiança dos consumidores afetaram negativamente as vendas de Natal deste ano", disse a Serasa em nota.
Segundo balanço da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), divulgado ontem, na semana do Natal houve uma pequena alta de 3% nas vendas na comparação com o Natal de 2013, e de apenas 1,5% (descontada a inflação) em relação ao resultado apurado em dezembro do ano passado, resultados que refletem o aumento vegetativo das redes de lojas, com a inauguração de 25 novos empreendimentos ao longo do ano. "Esse crescimento nas vendas do varejo de shopping é baseado principalmente no aumento do número de lojas com a entrada de novos empreendimentos. É bom frisar que, se considerado as mesmas lojas, o crescimento de vendas foi negativo ou o mesmo de 2013", avaliou Nabil Sahyoun, presidente da Alshop. Neste ano, as vendas somaram R$ 143,4 bilhões.
Antecipação
Segundo ele, em dezembro houve uma mudança no comportamento do consumidor que antecipou suas compras com a promoção da Black Friday e, ao longo do ano, houve um aumento das vendas pela internet, o que acabou se refletindo em uma redução de 7% no fluxo de pessoas nos shoppings paulistas na véspera do Natal. Além disso, a Copa do Mundo, a dificuldade para obtenção de crédito, associada ao aumento dos juros e da inflação, também ajudaram a derrubar as vendas nas lojas. "Não foi um ano bom para a indústria de shopping. Tivemos perda de faturamento por conta das eleições, da Copa, dessa política econômica do governo e até dos rolezinhos", disse Sahyoun.
Expectativas
Para 2015, as expectativas não são das melhores. O presidente da Alshop estima que as vendas brutas não devem superar os RS$ 143 bilhões registradas em 2014, principalmente por conta dos fatores negativos previstos para economia em 2015, como a contenção de investimentos, o aumento de impostos e os desdobramentos do escândalo na Petrobras.
"Nossa expectativa hoje é que as vendas do nosso setor não devem crescer em 2015", afirmou o executivo.
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