A receita líquida da Natura no Brasil caiu 8,9% no quarto trimestre de 2015 na comparação com o mesmo período do ano anterior, atingindo R$ 1,579 bilhão entre outubro e novembro. No acumulado do ano, as vendas da companhia em seu país-sede caíram 6,6% ante 2014, ficando em R$ 5,593 milhões.
O resultado mais fraco da operação brasileira foi em parte compensado pelo crescimento das receitas fora do País. Em outros países da América Latina, a receita líquida da Natura no quarto trimestre subiu 62,1%, fechando em R$ 576,3 milhões, enquanto as operações da marca de origem australiana Aesop cresceram 95,6%, com receita de R$ 171,4 milhões no trimestre.
O resultado das operações internacionais foi favorecido pelo câmbio. Se o resultado em outros países da América Latina fosse contabilizado em moeda local, o crescimento seria de 26,9%, informou a Natura. Já o crescimento da Aesop em moeda local foi de 46,2%.
Tributos
No Brasil, a companhia afirma que houve impacto negativo do aumento de carga tributária. A receita líquida caiu mais do que a receita bruta, à qual recuou 5% no trimestre na comparação anual, efeito que foi atribuído ao impacto do aumento dos tributos. Em 2015, como parte do ajuste fiscal do governo federal, passou a ocorrer a cobrança de IPI nas distribuidoras de cosméticos, elevando a carga como um todo para o setor.
A Natura informou ainda que houve crescimento na base de consultoras no Brasil, mas o resultado foi afetado por uma queda no número de itens vendidos. Com isso, o indicador de produtividade da companhia, que é a relação entre a receita e o número de consultoras, caiu 7,9% no quarto trimestre de 2015 ante o mesmo período do ano anterior. Trata-se do sétimo trimestre seguido de queda.
A margem bruta no Brasil teve leve queda no trimestre, recuando 0,5 ponto porcentual, para 67,9% entre outubro e dezembro. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no Brasil caiu 21,6%, ficando em R$ 345,4 milhões. No ano, o recuo do Ebitda foi de 13,8% na operação brasileira, para R$ 1,251 bilhão.
No ano, o Ebitda consolidado, incluindo outros países, retraiu 3,8% ante 2014, ficando em R$ 453,2 milhões. De acordo com a Natura, a alta da carga tributária e o impacto da depreciação do Real – que afeta o custo de matérias-primas da companhia – prejudicaram o Ebitda em R$ 229 milhões. Sem esses efeitos, disse a companhia, o Ebitda teria crescido 11% ante o ano anterior.