A Apple anunciou nesta terça-feira (25) outro trimestre de queda nas vendas do iPhone, reforçando as preocupações de que a companhia depende muito de um único produto que já não tem mais o mesmo apelo de outrora.
A empresa vendeu 45,5 milhões de iPhones no último trimestre, comparado com 48 milhões no mesmo período do ano passado, uma queda de 5%. O resultado fez com que as ações da Apple caíssem ontem mais de 2%.
Muitos analistas já esperavam que as vendas dos celulares da marca fossem menores, mesmo com sua principal concorrente, a Samsung, enfrentando graves problemas com seu aparelho top de linha, o Galaxy Note 7. Mas a Apple tem um desafio maior no longo prazo para tentar manter o crescimento das vendas – a receita vinda dos aparelhos na China, por exemplo, caiu 30% em comparação com o ano passado.
Em um comunicado, o CEO da empresa, Tim Cook, tentou chamar a atenção para o crescimento no setor de serviços da companhia, que inclui o iTunes e a App Store. “Nós estamos empolgados com a resposta dos consumidores ao iPhone 7, iPhone 7 Plus e o Apple Watch série 2, assim como o incrível momento vivido pelo nosso negócio de Serviços, onde a receita cresceu 24% e marcou um novo recorde”, afirmou.
Os resultados financeiros da companhia vieram melhor do que o esperado, com uma receita trimestral de US$ 9 bilhões. Em uma teleconferência com analistas para discutir os resultados, Cook destacou a interconectividade dos sistemas da Apple – o que, segundo ele, encoraja os consumidores a comprar múltiplos produtos da marca – e os contínuos investimentos da empresa em novas tecnologias como inteligência artificial e programas ativados por voz.
Produtos em baixa
O problema é que o iPhone ainda responde por 61% da receita da empresa, e nenhum outro produto da Apple registrou crescimento nas vendas em comparação com o ano passado. A receita com o iPad foi praticamente a mesma, enquanto o faturamento com as vendas dos computadores iMacs caíram 17%. As receitas vindas de “outros produtos” – que incluem o Apple Watch e a Apple TV – caíram 22%.
Mesmo assim, alguns analistas defendem que os investidores não devem levar esses resultados tão a sério. “Alguns relatórios vão destacar que a Apple teve um trimestre fraco, mas isso ignora o fato de que a empresa continua a ser a mais rentável fabricante de devices no mundo e parece haver poucas evidências de que isso vai mudar em breve”, afirma o diretor de pesquisas da CCS Insigth, Ben Wood.
Ele também lembra que a Apple teve um ótimo trimestre ano passado com a introdução do iPhone 6s, o que prejudica a comparação com as vendas deste trimestre e reforça a queda. Por outro lado, o iPhone 7 foi visto por muitos como uma mera atualização burocrática do último modelo, e acabou não gerando o apelo necessário para fazer com que os consumidores trocassem seus aparelhos. É possível que boa parte dos fãs da marca esteja aguardando o iPhone do ano que vem; a expectativa é que a Apple traga mudanças significativas para marcar o aniversário de 10 anos do celular.
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