Levantamentos divulgados ontem mostraram que as vendas do varejo brasileiro cresceram neste Natal, em relação ao do ano passado, mas ficaram abaixo das expectativas dos lojistas. Duas dessas pesquisas, que abrangem todo o comércio, indicaram expansão de menos de 3%, contra expectativas de um aumento de 8%. Outro levantamento, relativo às vendas dos shopping centers, mostra um crescimento maior, mas, ainda assim, inferior ao esperado. O comércio eletrônico que, segundo estimativas, representa um terço das vendas do varejo brasileiro foi a exceção, ao crescer 20%, em linha com as previsões.
De acordo com a Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), o faturamento do varejo entre 1.º e 24 de dezembro cresceu 2,33% em relação ao mesmo período de 2010, conforme dados fornecidos pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). A CNDL lembra que o avanço ocorreu sobre uma base bastante elevada no ano passado, as vendas desta época haviam crescido 9,48% , mas que suas estimativas indicavam uma taxa na casa de 8%. Os níveis de endividamento e inadimplência, que cresceram neste ano, se refletiram no varejo, segundo a confederação, que também apontou os efeitos negativos da inflação e da crise internacional.
A Serasa Experian, outra empresa especializada em análise de crédito, detectou um aumento de 2,8% nas vendas na semana que antecedeu o Natal, contra uma alta de 15,5% na mesma época do passado. "De modo geral, foi um Natal bom, dada a forte base de comparação", afirmou a empresa. A Associação Comercial do Paraná deve divulgar hoje seu levantamento sobre as vendas de Natal.
Shoppings
Nos shopping centers, a expansão foi de 5,5%, quase o dobro da constatada pela Serasa Experian. Mas também ficou aquém do que esperavam os comerciantes no meio do ano, a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) havia divulgado previsão de crescimento de 6,5%. Para o presidente da Alshop, Nabil Sahyoun, as notícias sobre a crise internacional assustaram o consumidor.
Segundo a Alshop, o segmento que apresentou o melhor desempenho foi o de perfumaria e cosméticos, cujas vendas de Natal cresceram 18%. Também cresceu bastante o comércio de óculos, bijuterias e acessórios, com alta de 17%. As vendas de calçados, por sua vez, cresceram 8%.
Ainda segundo a Alshop, as vendas de eletroeletrônicos e eletrodomésticos aumentaram 5%. "As medidas do governo para incentivar as vendas do setor chegaram um pouco tarde", disse Sahyoun. As vendas de brinquedos subiram 4% e as de vestuário, apenas 2%.
Internet
De acordo com a consultoria e-bit, especializada em comércio eletrônico, as vendas desse segmento tiveram crescimento nominal de 20% neste Natal, somando R$ 2,6 bilhões entre 15 de novembro e 24 de dezembro. Descontada a inflação, o avanço ficou em torno de 12%.
O valor médio de cada compra, no entanto, caiu de R$ 370 para R$ 347 em relação ao Natal de 2010. O índice de atrasos na entrega recuou de 17% para 13%. Os itens mais vendidos foram eletrodomésticos, produtos de saúde e beleza, moda e acessórios e eletrônicos.