As vendas das lojas localizadas em shopping centers cresceram 5,5%, acima da expansão de todo o comércio. Mesmo assim, não empolgaram| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Dinheiro de plástico

Cerca de 65% das vendas realizadas nos shopping centers neste Natal foram pagas com cartões de crédito ou débito. Cartões próprios ou carnês das lojas responderam por aproximadamente 15% das vendas; cheques, por 10%; e dinheiro, por outros 10%, segundo a Alshop. A associação também estima que 25% dos 140 mil trabalhadores que foram contratados temporariamente para trabalhar nos shoppings devem ser efetivados. "Essa tem sido a média dos últimos anos e acreditamos que se repetirá", afirmou o presidente da Alshop, Nabil Sahyoun.

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Liquidações serão mais agressivas neste ano

Os consumidores que optaram por deixar as compras de final de ano para depois do Natal poderão aproveitar liquidações mais "agressivas" que as dos anos anteriores. "Isso deve ocorrer porque os estoques estão um pouco acima do esperado", afirmou o presidente da Alshop, Nabil Sahyoun. "Além dos estoques maiores, há o fato de a situação econômica não ser tão favorável quanto no ano passado. Então, se em 2010 o lojista cobrou na liquidação R$ 70 por um item de R$ 100, neste ano deve ter de cobrar R$ 50", explicou o diretor de relações institucionais da Alshop, Luis Augusto Ildefonso da Silva.

As lojas físicas e virtuais das principais redes varejistas iniciaram a semana oferecendo descontos de até 80% – é o caso do site Submarino, que oferece frete grátis para todo o país nas compras acima de R$ 99. O Americanas.com oferece 10% de desconto em todo site e de 12%, se o pagamento for por meio de boleto bancário. No Shoptime, o desconto soma 12% nas compras com boleto.

Nas lojas da rede Extra, de hoje até dia 31, os descontos nas áreas de bazar, têxtil, eletroeletrônicos, brinquedos e produtos sazonais da época chegam a 50%. A empresa espera que a venda deste itens promocionais supere em 40% o resultado do mesmo período de 2010.

O Walmart oferece descontos de até 70% em diversas categorias, de papelaria a eletroeletrônicos, em seu site na internet. Segundo a varejista, a expectativa de aumento do faturamento no site é de até 60% em comparação a um dia normal de vendas.

O Carrefour está com um liquidação pós-Natal de até 30% de descontos na internet. Ontem as promoções ficaram por conta da categoria de casa; hoje, serão na área de informática; amanhã, de eletrônicos; na quinta, de eletrodomésticos e portáteis; e, na sexta, de telefonia, cine e foto.

Agência Estado

Levantamentos divulgados ontem mostraram que as vendas do varejo brasileiro cresceram neste Natal, em relação ao do ano passado, mas ficaram abaixo das expectativas dos lojistas. Duas dessas pesquisas, que abrangem todo o comércio, indicaram expansão de menos de 3%, contra expectativas de um aumento de 8%. Outro levantamento, relativo às vendas dos shopping centers, mostra um crescimento maior, mas, ainda assim, inferior ao esperado. O comércio eletrônico – que, segundo estimativas, representa um terço das vendas do varejo brasileiro – foi a exceção, ao crescer 20%, em linha com as previsões.

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De acordo com a Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), o faturamento do varejo entre 1.º e 24 de dezembro cresceu 2,33% em relação ao mesmo período de 2010, conforme dados fornecidos pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). A CNDL lembra que o avanço ocorreu sobre uma base bastante elevada – no ano passado, as vendas desta época haviam crescido 9,48% –, mas que suas estimativas indicavam uma taxa na casa de 8%. Os níveis de endividamento e inadimplência, que cresceram neste ano, se refletiram no varejo, segundo a confederação, que também apontou os efeitos negativos da inflação e da crise internacional.

A Serasa Experian, outra empresa especializada em análise de crédito, detectou um aumento de 2,8% nas vendas na semana que antecedeu o Natal, contra uma alta de 15,5% na mesma época do passado. "De modo geral, foi um Natal bom, dada a forte base de comparação", afirmou a empresa. A Associação Comercial do Paraná deve divulgar hoje seu levantamento sobre as vendas de Natal.

Shoppings

Nos shopping centers, a expansão foi de 5,5%, quase o dobro da constatada pela Serasa Experian. Mas também ficou aquém do que esperavam os comerciantes – no meio do ano, a Associação Brasi­leira de Lojistas de Shopping (Alshop) havia divulgado previsão de crescimento de 6,5%. Para o presidente da Alshop, Nabil Sahyoun, as notícias sobre a crise internacional assustaram o consumidor.

Segundo a Alshop, o segmento que apresentou o melhor desempenho foi o de perfumaria e cosméticos, cujas vendas de Natal cresceram 18%. Também cresceu bastante o comércio de óculos, bijuterias e acessórios, com alta de 17%. As vendas de calçados, por sua vez, cresceram 8%.

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Ainda segundo a Alshop, as vendas de eletroeletrônicos e eletrodomésticos aumentaram 5%. "As medidas do governo para incentivar as vendas do setor chegaram um pouco tarde", disse Sahyoun. As vendas de brinquedos subiram 4% e as de vestuário, apenas 2%.

Internet

De acordo com a consultoria e-bit, especializada em comércio eletrônico, as vendas desse segmento tiveram crescimento nominal de 20% neste Natal, somando R$ 2,6 bilhões entre 15 de novembro e 24 de dezembro. Descontada a inflação, o avanço ficou em torno de 12%.

O valor médio de cada compra, no entanto, caiu de R$ 370 para R$ 347 em relação ao Natal de 2010. O índice de atrasos na entrega recuou de 17% para 13%. Os itens mais vendidos foram eletrodomésticos, produtos de saúde e beleza, moda e acessórios e eletrônicos.