As vendas de tablets no Brasil caíram 20% no primeiro trimestre de 2015, em comparação com o mesmo período do ano passado – foram comercializados 1,780 milhão de dispositivos no país, 390 mil unidades a menos do que no início de 2014.
Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (25) pela consultoria IDC Brasil. Segundo a empresa, a alta do dólar, as diminuições do crédito e da confiança do consumidor na economia brasileira foram fatores determinantes para a queda.
“O número está abaixo dos 2 milhões previstos para o período. Porém, diante do cenário econômico brasileiro, o resultado foi positivo”, afirma Pedro Hagge, analista de pesquisas da IDC Brasil.
Segundo ele, a alta do dólar gerou repasse de preços de até 17% em relação ao quarto trimestre de 2014, afetando as vendas para o consumidor final e para o mercado corporativo. “A tendência é o preço continuar subindo e as vendas caindo”, completa Hagge.
Desinteresse
Outro fator apontado pelo analista da IDC Brasil para a queda nas vendas é que o tablet já não desperta mais tanto interesse no consumidor. “Temos visto que a procura pelo produto tem diminuído ao longo dos meses. Isso acontece por dois fatores: a má experiência de uso e a canibalização do mercado devido aos phablets e outros dispositivos com tela grande”, explica.
Por outro, Hagge afirma que a categoria ainda é atrativa para alguns nichos específicos. “Crianças e, principalmente o segmento da educação, ainda influenciam no consumo desses aparelhos”, completa.
Outras categorias
O estudo da IDC Brasil mostra, também, que do total de tablets vendidos, 41 mil foram modelos 2 em 1 (notebooks com tela destacável), categoria que cresceu 115% frente ao quarto trimestre do ano passado. Além disso, 94% foram para consumidor final, 6% para corporativo e 70% custaram menos de R$ 500.
Até o final do ano, a consultoria prevê que sejam vendidos 8,1 milhões de tablets e notebooks 2 em 1 com tela destacável, 14% a menos na comparação com o volume comercializado durante todo o ano de 2014.