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A estabilidade do dólar, o acesso ao crédito e os lançamentos puxaram as vendas de veículos importados no Brasil em 2010. Nos 12 meses do ano passado foram emplacadas 105.858 unidades, volume 144% superior ao registrado no mesmo período de 2009, quando saíram das concessionárias 43.365 veículos. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (7) pela Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva).

De acordo com a entidade, as 30 marcas associadas - entre elas Audi, BMW, Porsche, Ferrari, Kia, Volvo, Land Rover e Chery - emplacaram em dezembro 13.484 unidades contra 9.656 em novembro, alta de 39,6%. Em relação a dezembro de 2009, quando foram comercializadas 5.719 unidades, o crescimento é de 135,8%, com 13.484 veículos. Na época, as vendas haviam sido afetadas pela crise mundial e pelo aumento do dólar.

"Dezembro é um mês bom para todo mundo, mas o aquecimento das vendas no mês também é explicado pela falta de carros nas concessionárias em novembro, o que criou uma demanda reprimida", afirma o presidente da Abeiva, Luiz Gandini.

O presidente da entidade comparou o volume de 2010 ao de 1995, último recorde do setor com 119.543 vendas no atacado. No ano passado foram comercializadas 118.873. "Apesar de chegarmos perto dessa marca, a nossa participação de mercado caiu, pois em 95 tínhamos 1,7 milhão de unidades vendidas em todo o país e em 2010 foram 3,3 milhões". No atacado, a participação da Abeiva é de 3,59%. No ano recorde chegou a 6,92%.

Ameaça ao mercado nacional

De acordo com Gandini, muito se fala do aumento das importações, mas o maior volume importado vem das montadoras instaladas no Brasil. "Os associados da Abeiva não são uma ameaça", fala Gandini sobre as medidas do governo para conter a desvalorização do dólar.

Segundo dados da entidade, do total de veículos vendidos no mercado brasileiro em 2010, 80,25% (2.671.349 unidades) foram carros fabricados no país, 16,57% (551.397 mil) foram modelos importados pelas montadoras e 3,18% importados pelas filiadas à Abeiva.

Para a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o aumento das vendas de automóveis importados no país "não assusta", mas afirma que a forte presença de importados já começa a afetar a rentabilidade das montadoras instaladas no Brasil.

De acordo com a Anfavea, em 2008, os importados respondiam por 13,3% das vendas. Em 2009, esse porcentual subiu para 15,6%, chegando a 18,8% no ano passado.

Projeções para 2011

Apesar das incertezas sobre o câmbio, a Abeiva projeta para 2011 crescimento de 57%, com 165 mil unidades vendidas no mercado nacional.

"Mesmo com uma possível alta do dólar, que segundo a previsão dos associados ficará em R$ 1,90, teremos novas marcas operando no Brasil, como a JAC, e com elas novas concessionárias". Atualmente, as associadas à entidade têm 560 lojas. Em 2009, eram 379 unidades.

Se a previsão se confirmar, a participação de mercado das empresas associadas à Abeiva deve passar para 4,4%.

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