As exportações do Paraná viraram o jogo. Depois de encerrar o primeiro semestre com queda de 3%, as vendas ao exterior reagiram e agora exibem, no acumulado dos nove primeiros meses do ano, um crescimento de 4% sobre o mesmo período de 2012.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento (MDIC), as empresas do estado exportaram US$ 13,9 bilhões de janeiro a setembro, o melhor resultado da história para esse período. Considerando-se apenas o terceiro trimestre, as vendas somaram US$ 5,3 bilhões, quase 20% mais que no ano passado.
Um dos principais impulsos para a virada veio das exportações de soja em grão, principal produto da pauta paranaense, que no primeiro semestre haviam recuado cerca de 10%. Nos meses seguintes, o escoamento da safra recorde finalmente deslanchou e, ao fim de setembro, as receitas de exportação da oleaginosa acumulavam alta de 14%, segundo o MDIC.
Reversão
Outros dois importantes grupos de produtos reverteram, de meados do ano para cá, o mau resultado do primeiro semestre. A categoria de veículos e autopeças, que até então registrava queda de 16%, agora mostra estabilidade no acumulado do ano. A exportação de papel, por sua vez, passou de uma baixa de 0,5% para um aumento de 2%.
O crescimento das exportações totais do Paraná, portanto, está mais distribuído. Até junho, seis dos dez principais grupos de produtos exportados tinham vendas em alta e quatro, em queda. Agora, são oito grupos em expansão, um estável e apenas um gorduras e óleos, encabeçado pelo óleo de soja em baixa.
Câmbio favorável
Antigo motivo de reclamações, o câmbio ficou bem mais favorável para os exportadores. A cotação média do dólar comercial no terceiro trimestre foi de R$ 2,29 por dólar, segundo o Banco Central, bem acima dos R$ 2,03 dos seis primeiros meses do ano.
O avanço da moeda norte-americana é um estímulo para o exportador fechar novos contratos de venda, mas em geral esse efeito demora a aparecer nas estatísticas de comércio exterior. Além disso, o fato de a moeda norte-americana ter oscilado muito nos últimos meses depois da forte alta de maio, as cotações passaram a cair em setembro também pode ter inibido vendedores e compradores a fechar negócio.
De todo modo, a valorização cambial deste ano certamente já se refletiu em receitas mais altas para os embarques já realizados afinal, o exportador passou a ganhar mais reais ao trocar os dólares recebidos como pagamento.
De janeiro a setembro de 2012, a taxa média de câmbio foi de R$ 1,92. No mesmo intervalo deste ano, oscilou em torno de R$ 2,12, segundo o BC. Com isso, o crescimento de 4% nas receitas de exportação do estado deste ano correspondeu, em moeda brasileira, a um avanço bem mais forte, da ordem de 15%.