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O acordo comercial entre os dois maiores parceiros do Mercosul, Brasil e Argentina, no sentido de facultar a cotação das vendas de bens nas moedas locais é um primeiro passo com vistas moeda única na região, segundo admitiu na segunda-feira (8) a diretora de Assuntos Internacionais do Banco Central, Maria Celina Berardinelli Arraes.

Ela ressaltou, contudo, que, por enquanto, trata-se tão-somente de uma opção de comércio entre os dois países, que vai começar a operar no início de outubro, por meio da qual o exportador brasileiro pode registrar sua venda em reais com a certeza de que vai receber o mesmo valor, sem as variações do câmbio em dólar, como é hoje.

A alternativa, segundo Maria Celina, é oferecida basicamente aos pequenos e médios empresários, que têm mais dificuldades em colocar seus produtos no exterior, mas depois das avaliações iniciais, a opção será estendida aos demais exportadores. O que vai determinar a opção ou não, no seu entender, será a constatação de redução dos custos de transação.

Ela disse que a comercialização ficará mais barata em virtude da inexistência de spread cambial, que é a diferença entre as cotações de compra e venda do dólar. Será um custo mais próximo da taxa de câmbio interbancário, acrescentou.

A expectativa dos dois governos, de acordo com Maria Celina, é de crescimento do comércio bilateral entre Brasil e Argentina. Mas ela crê que não será um crescimento tão rápido, uma vez que se trata de um sistema novo, que ainda carece de divulgação para ser melhor entendido. Os resultados melhores virão a médio prazo emendou.

Pela sistemática em implementação, todos os bancos comerciais interessados em operar no comércio entre os dois países, nas respectivas moedas locais, terão que se credenciar junto aos bancos centrais brasileiro e argentino, aos quais compete a coordenação do Sistema de Pagamentos em Moeda Local (SML).

A diretora do BC disse que a adoção da nova sistemática foi amadurecida a partir de consultas de instituições exportadoras sobre a viabilidade de pagamentos do comércio bilateral em reais e isso gerou conversas com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e outros órgãos que demonstraram interesse na discussão, até o estágio atual.

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