Cascavel Como qualquer empresa que depende do desempenho do agronegócio, a Comil Silos e Secadores sofreu uma drástica redução no seu faturamento nos últimos anos. Dos recordes R$ 100 milhões registrados em 2003, a receita despencou para R$ 60 milhões no ano passado e neste ano deve haver novo recuo, de 25%.
"Com a crise no campo, o perfil dos nossos clientes mudou. Até 2004, eram principalmente fazendeiros de Mato Grosso e do Paraguai. Hoje está muito mais pulverizado, temos clientes em outros estados, e os maiores compradores são cooperativas, cerealistas e grandes empresas", diz a diretora Kelly Mascarello Muffato, que passou boa parte da infância passeando pelas antigas instalações da Comil, no centro da cidade, e começou a trabalhar na empresa aos 15 anos.
Chegou a cursar Direito, mas largou para se dedicar integralmente à indústria, que comanda há seis anos. Casada há cinco anos e mãe de um casal de gêmeos, não costuma fazer cerimônia para viajar pelas fronteiras agrícolas do país e pôr o pé na lavoura para conversar com os clientes.
Kelly lembra que, apesar da queda nas vendas, a empresa segue lucrativa. "Precisamos demitir 150 funcionários ao longo de 2005, renegociamos contratos com grande clientes, mas sempre mantendo nossas margens. Só fazemos negócio garantido", diz ela, acrescentando que os atuais 350 funcionários trabalham em ritmo intenso para atender encomendas para pelo menos três meses. "É um mercado ainda muito promissor", comenta a diretora. "Hoje, só 9% das fazendas do país têm um silo para armazenar os grãos." (FJ)
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