As montadoras brasileiras produziram 201,7 mil veículos e venderam 199,4 mil unidades no mercado interno em fevereiro, com altas de 9,2% e 1%, respectivamente, em relação ao mês anterior. Mas a recuperação ainda não foi suficiente para que o setor retornasse aos patamares do início de 2008. De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o número de carros, caminhões e ônibus fabricados no mês passado foi 20,6% menor que o de fevereiro de 2008, ao passo que a baixa nas vendas ficou em 0,7%. No primeiro bimestre, as quedas acumuladas foram de 24,1% na indústria e de 4,6% no varejo automotivo.
De acordo com a Anfavea, a baixa só não foi mais forte porque a redução de impostos do setor facilitou a venda de aproximadamente 70 mil veículos desde o início do ano (veja matéria nesta página). Embora tenha aliviado a situação do mercado brasileiro, o benefício tributário não impediu o baque das vendas ao exterior: na soma de carros, ônibus, caminhões e máquinas agrícolas, as exportações despencaram 54% no bimestre. Além disso, o nível de emprego na indústria caiu pelo quarto mês consecutivo, para 123,9 mil trabalhadores 1,8 mil pessoas a menos que em janeiro, mas 1,5 mil a mais que há um ano.
Paranaenses
As montadoras instaladas no Paraná apresentaram resultados díspares em fevereiro. Mas, à exceção da Volvo, todas conseguiram ampliar suas fatias de mercado no primeiro bimestre. Em janeiro e fevereiro, as vendas de ônibus e caminhões da multinacional sueca caíram pela metade. Após demitir mais de 400 pessoas no fim do ano passado, a montadora deu férias coletivas a 700 pessoas duas semanas atrás.
No segmento de automóveis, o mercado nacional ficou praticamente estável em fevereiro. No mês, as vendas da Renault recuaram 2% em relaçao a fevereiro de 2008. A Nissan, por sua vez, registrou baixa de 0,6% na comparação com o mês anterior, mas conseguiu vender 42% mais carros que em fevereiro do ano passado.
Considerando-se os resultados do bimestre, tanto Renault (+6,5%) quanto Nissan (+27%) conseguiram vender mais que em 2008. Como o mercado nacional caiu 3,9% nesses dois meses, ambas elevaram suas participações. A marca francesa agora tem 4,2% das vendas totais (eram 3,8% um ano atrás), enquanto a fabricante japonesa elevou sua fatia de 0,8% para 1%. Recentemente, a aliança Renault/Nissan chamou de volta metade dos mais de 800 funcionários que tiveram contratos suspensos em janeiro.
A Case New Holland (CNH), fabricante de máquinas agrícolas, conseguiu elevar em sete pontos porcentuais sua fatia no mercado de tratores, para 27%. As vendas da empresa cresceram 40% no bimestre, enquanto o mercado total avançou 5%. No segmento de colheitadeiras, a baixa foi geral: a CNH vendeu 31% a menos no ano, resultado semelhante ao do mercado (-32%). A Volkswagen também tem fábrica no Paraná, mas a Anfavea só publica os resultados consolidados da empresa que incluem as duas fábricas de São Paulo.