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Equipamentos de informática venderam menos em julho, mas resultado no acumulado do ano ainda é bastante forte: 20,6%. | Daniel Derevecki/Gazeta do Povo
Equipamentos de informática venderam menos em julho, mas resultado no acumulado do ano ainda é bastante forte: 20,6%.| Foto: Daniel Derevecki/Gazeta do Povo

Apesar de ter apresentado alta de 11% em julho em relação ao mesmo mês do ano passado, as vendas no varejo dão sinais de desaceleração em decorrência da alta no preço dos alimentos e dos juros. É o que disse ontem o técnico da coordenação de serviços e comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Reinaldo Pereira, para quem os juros estão afetando o comércio de "forma lenta". Após quatro meses consecutivos de alta na evolução mensal, as vendas caíram 0,2% em julho em relação a junho. No Paraná, a queda foi de 0,7%. Em relação a julho de 2007, as vendas do varejo nacional e estadual acumulam alta de 10,6% e 6,9%, respectivamente.

Segundo Pereira, os últimos dados do comércio varejista mostram uma acomodação do setor, mas o trimestre aponta uma tendência de desaceleração. "O que pode estar influenciando esses resultados é a inflação dos alimentos e o aumento da taxa de juros", disse. Mesmo assim, diz o técnico, a continuidade do cenário de aumento da massa salarial e da ocupação, com crédito forte e longos prazos de pagamento, podem reverter a queda.

Pereira acredita que o Banco Central (BC) reduzirá o nível de alta da taxa Selic para "0,50 ou 0,25 ponto" na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), e alerta que a intensidade do freio no comércio só não é maior porque os prazos de pagamento estão sendo alongados. "O consumidor está mais preocupado com o valor das parcelas, a ampliação da classe média significa uma demanda reprimida, se não houver redução nos prazos de pagamento, mesmo com alta de juros, a desaceleração no comércio será muito lenta", avaliou.

Setores

Das dez atividades do comércio varejista pesquisadas pelo IBGE, quatro registraram queda nas vendas em julho em relação ao mês anterior: hiper, supermercados, e produtos alimentícios (-0,2%); tecidos vestuário e calçados (-3,0%); equipamentos de escritório e informática (-1,7%) e livros, jornais e papelaria (-0,5%). A maior alta foi apurada em outros artigos de uso pessoal e doméstico (3,9% inclui lojas de departamento).

Na comparação com julho do ano passado, todas as atividades registraram expansão, com destaque para veículos e motos (26%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (21,3%) e equipamentos de informática (20,6%). A atividade de hiper, supermercados e produtos alimentícios, que tem maior peso na pesquisa, registrou aumento de 5,4% nas vendas, nessa base de comparação.

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