As vendas no varejo brasileiro voltaram a crescer em maio, puxadas pelos setores de construção, supermercados e combustíveis, mostrando que a queda do mês anterior foi um rápido período de acomodação depois de 3 meses de forte expansão.
A alta foi de 1,4 por cento em maio ante abril e de 10,2 por cento contra igual mês de 2009, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira. O dado de abril foi revisto de queda preliminar de 3 para 3,1 por cento ante março, e de alta de 9,1 para 9,2 por cento na comparação com o ano passado.
Analistas ouvidos pela Reuters previam alta mês a mês em maio de 1,8 por cento --com previsões entre 0,6 e 2,2 por cento-- e elevação anual de 10,6 por cento --com estimativas variando de 10,2 a 11,2 por cento.
"Temos agora uma retomada do ritmo de expansão depois de uma acomodação", afirmou o economista do IBGE, Reinaldo Pereira.
"Temos toda uma conjuntura favorável com aumento da massa salarial, retomada do crédito, estabilidade de preços e inflação voltando para perto da meta. Soma-se a isso os fatos de em maio ter havido uma antecipação de compras por conta da Copa e o dia das mães."
De abril para maio, o destaque foi o segmento de Super e hiper mercados com ampliação nas vendas de 4,3 por cento, após uma queda de 7,6 por cento em abril. Segundo o IBGE, sete dos 10 setores analisado apresentaram variação positiva em maio, contra apenas dois segmentos em abril. Outros destaques foram Material de construção (2,4 por cento) e Combustíveis e lubrificantes (2 por cento).
Comparação anual
Na comparação com maio do ano passado, as vendas aumentaram 10,2 por cento, quarta melhor taxa desde o início da série em 2001.
"Há uma recuperação que está associada também ao efeito base em razão da crise financeira que teve reflexos sobre as vendas ao longo do primeiro semestre", disse Pereira.
Nesse confronto, a expansão atingiu todos os setores. O segmento de Super e hipermercados cresceu 7,8 por cento e respondeu por 38,3 por cento da taxa geral do mês.
O setor de Móveis e eletrodomésticos cresceu 19,5 por cento. "O comércio observou em maio uma antecipação de compras de televisores por causa da Copa do Mundo e ainda se observa um aumento de vendas devido ao efeito do dia das mães", disse o economista do IBGE.
Os preços dos alimentos começaram a ceder no mês de maio e podem ter influenciado no resultado de supermercados. (Além disso) durante a Copa houve também muitas promoções de TVs e eletrodomésticos."