Se é na internet que o consumidor faz sua pesquisa sobre determinado produto ou serviço, quem quer vender precisa estar presente na rede mundial de computadores, certo? Certo, mas não suficiente. Melhor é estar entre as respostas para quem procura algo via web e, de preferência, no topo da lista. Os caminhos para fazer isso estão nas ferramentas de search marketing um trabalho que vem evoluindo e ganhando espaço no Brasil.
Em linhas gerais, o search markerting funciona em duas frentes: através de links patrocinados e da construção de conteúdos nos sites de forma que eles sejam encontrados com prioridade pelos buscadores (como Google e Yahoo, por exemplo). "O cliente quer uma solução e vai te dizer, neste sites, exatamente o que procura", diz a especialista norte-americana Sara Holoubek.
Sara compõe a mesa diretora da maior associação de search marketing do mundo, a Sempo, e foi responsável pela recente reestruturação da agência americana iCrossing, considerada a segunda maior do mundo no segmento. Em dezembro, ela esteve em Curitiba para participar de uma palestra para clientes e funcionários da i-Cherry, um das maiores agências brasileiras especializadas no assunto.
Em entrevista exclusiva para a Gazeta do Povo, ela diz que o search marketing pode ser utilizado por empresas de todos os portes e segmentos, e das mudanças pela quais deve passar a internet.
Por que o search marketing é importante para uma empresa?
É importante porque você não tem que vender, é o cliente que está perguntando. É ele que quer uma solução e vai te dizer exatamente o que ele quer. É um meio eficiente de conseguir o consumidor.
E ele funciona para empresas de qualquer segmento?
Com certeza. Existem diferenças entre o search marketing para um comércio e uma indústria de máquinas. É diferente vender máquinas ou pastas de dente. Mas as táticas são iguais: você tem que fazer pesquisa sobre a linguagem que o consumidor utiliza, para saber o que ele ou ela quer.
Essa linguagem serve para as estratégias tanto para quando o consumidor está on-line quanto off-line, certo?
Isso! Porque o cliente, durante o dia inteiro, vê muita publicidade, mas não pensa que está vendo um anúncio ou uma propaganda. Faz parte da vida dele. Ele vê algo interessante na televisão na sexta-feira à noite sobre celular e, no dia seguinte, decide que quer trocar de aparelho. Possivelmente ele não lembra diretamente da propaganda, mas faz o quê? Vai ao Google ou ao Yahoo e faz pesquisa utilizando uma palavra-chave. Isso é o search marketing.
Como você avalia o mercado brasileiro de search marketing?
Posso dizer é que o talento brasileiro que trabalha em search marketing é mais avançado que o americano quando ele tinha o mesmo tamanho, no início. Porque os brasileiros podem ler os mesmos blogs, os mesmos jornais que nós americanos, e estão aprendendo com os erros que já cometemos. Além disso, o volume de recursos que as empresas estão investindo em internet é pequeno ainda, mas vai crescer. Porque a economia brasileira funciona muito bem. Aliás, neste momento, melhor que a americana. Vocês têm recursos naturais, estão investindo em infraestrutura e têm bancos sem os problemas que as instituições financeiras americanas têm. E há muita gente de fora que quer investir no país. Acho que o mercado vai crescer como um todo a classe média em especial. E é ela que faz o Google trabalhar. Não são os ricos, ou os pobres, mas a classe média, que agora tem dinheiro disponível para gastar em um carro, para tirar férias.
Você acredita que o segmento de search marketing vai ser menos afetado pela crise, ou está imune a ela?
Não vai ser tão afetado porque ele funciona e você pode mensurar os resultados. É eficaz. Se você é uma empresa que tem que sobreviver, você não vai abandonar todo o investimento em publicidade. Então, vai ter que escolher. E pode gastar em algo que tenha resultados mensuráveis.
Que mudanças você vê para a internet nos próximos anos?
Acho que uma das grandes mudanças está ligada ao celular. Ele é importante porque sempre está com você e está o tempo todo conectado. E agora, com as tecnologias de geolocalização, os marqueteiros vão saber onde você está e podem fazer ofertas no contexto. Outro exemplo: o Google acaba de lançar uma "voice search". Em vez de teclar, se você tem um iPhone pode simplesmente dizer o que procura. Se eu quero ver um filme, eu posso simplesmente falar "filme", e o iPhone sabe onde eu estou e que horas são, e vai me passar as opções que estão passando agora em Curitiba, no Centro. É incrível! Isso é interessante porque não estamos mais tão conectados ao computador, e sim à tecnologia móvel.