A Venezuela superou a Arábia Saudita como detentora das maiores reservas de petróleo comprovadas do mundo, afirmou o governo venezuelano na noite de sábado (15). As reservas foram estimadas em 297 bilhões de barris ao final de 2010.
O ministro de Energia, Rafael Ramírez, disse à Reuters que as novas reservas, que ampliaram o total em 41 por cento em relação ao ano anterior, foram registradas no grande Cinturão de Orinoco.
Um alegre presidente Hugo Chávez disse ao Parlamento que as reservas da Venezuela agora superaram as da Arábia Saudita.
"Temos o suficiente para 200 anos", afirmou o presidente em um discurso no qual negou ser um ditador, reclamou estar sendo injustamente "demonizado" e ofereceu entregar os criticados poderes de decreto um ano antes da data prevista.
Há sugestões de que países como Arábia Saudita e Venezuela exageraram no passado ao relatar o tamanho de suas reservas de petróleo, embora os produtores neguem tais acusações.
Alguns especialistas indicam que os números dos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) não mudaram em vários anos, sugerindo que as novas descobertas se igualaram perfeitamente à produção, enquanto outros afirmam que a falta de verificações independentes abre espaço para dúvidas.
A Opep disse que as reservas da Arábia Saudita estavam em 265 bilhões de barris em 2009.
A vantagem saudita é a de que seu petróleo é predominantemente leve, convencional e de fácil bombeamento, enquanto os depósitos de Orinoco são pesados e precisam ser melhorados ou misturados com uma qualidade da commodity mais leve para criar uma mistura exportável.
Há um ano, o Serviço Geológico dos Estados Unidos informou que o Cinturão de Orinoco tinha 513 bilhões de barris recuperáveis se os custos de extração do petróleo não forem um problema.
Alguns especialistas dizem que a geologia da região significa que é incerto quanto petróleo pode ser extraído e que, mesmo com os preços do barril em ascensão e chegando perto dos 100 dólares, explorar a maioria da reserva seria proibitivamente caro.
Também há dúvidas sobre quando os projetos do Orinoco ficarão disponíveis, devido à má administração da companhia estatal venezuelana PDVSA, que tem fatia majoritária em cada bloco. Também existem incertezas sobre investir na Venezuela, onde Chávez nacionalizou a maioria da indústria petrolífera.
A tecnologia necessária para bombear o petróleo ultra-pesado de Orinoco é muito mais complicada e cara do que as máquinas que extraem o petróleo leve. Como especialistas dizem que as reservas mundiais de petróleo leve estão acabando, contudo, o futuro da indústria petrolífera está em regiões de produção mais difícil, como o Cinturão de Orinoco, o pré-sal do Brasil e o petróleo arenoso do Canadá.