Quando se fala na China, é inevitável pensar em alta tecnologia e inovação. Macau, na costa sul chinesa, diferentemente das vizinhas Pequim e Guangzhou, é mais conhecida pelo turismo e por seus belos cassinos, luxuosos como os de Las Vegas (EUA). Os investimentos em pesquisa na região giram em torno de 0,4% do PIB (Produto Interno Produto), enquanto em Hong Kong o índice é 0,9%. Em setembro, empreendedores e profissionais do Cubo Itaú, maior hub de inovação da América Latina, viajaram até Macau para conhecer o ecossistema de inovação local e conhecer um pouco da cultura dos macaenses.
De acordo com o Cubo, a estabilidade política de Macau permitiu que o PIB da região registrasse um aumento de US$ 40 bilhões nos últimos 20 anos. Na contramão do crescimento, a cidade carece de profissionais de tecnologia para abastecer o mercado, uma vez que a economia da região está centrada nos cassinos.
Para que mão de obra qualificada chegue à costa sul da China, a iniciativa privada investe no Innovalley, hub de inovação em Hengqin Dao, ilha de Zhuhai. Com 106 km², o centro já recebeu mais de 300 startups, 200 delas de Macau. Além de aluguel, as jovens empresas recebem aporte financeiro, orientação sobre políticas locais e suporte para conexão com investidores, destaca o relatório do Cubo sobre a Missão Macau.
Um dos empreendedores que participou da expedição, Natan Reiter, CEO da ITB, startup de inteligência de dados para negócios, ficou impressionado com a velocidade como tudo acontece na China, mesmo em Macau. “Uma startup com quatro anos de existência no país tem mais de 4 mil funcionários. A minha empresa tem seis anos e tenho uma equipe de 50 pessoas”, compara ele.
Durante os sete dias de viagem, os empreendedores participaram de pitches, reuniões com investidores e visitas monitoradas a hubs e startups de Macau e de cidades vizinhas, entre elas a Pachira, de IoT, e a CloudWalk, unicórnio de reconhecimento de imagem — conhecido por distinguir uma pessoa pela sombra ou por movimentos.
O CEO da ITB afirma não ter firmado parceria ou recebido investimento de qualquer fundo asiático durante a viagem, mas admite ter feito “importantes conexões” durante a missão organizada pelo Cubo. “Trabalhamos para 55 países diferentes, incluindo a China. Por este motivo, foi interessante ver onde tudo [da China] é comandado e como é o mindset deles”, destaca o executivo, que tem entre seus clientes a Huawei.
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