Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), abordando as mudanças de fiscalização sobre transações via Pix, viralizou nas redes sociais. Em menos de 24 horas, o vídeo alcançou mais de 130 milhões de visualizações no Instagram, onde foi publicado, e colocou o parlamentar entre os assuntos mais comentados do X no Brasil. A repercussão do vídeo tem gerado incômodo no governo, que não tem conseguido engajar conteúdos nas plataformas digitais.
Na publicação, Nikolas explica que, apesar de o Pix não ser taxado, a fiscalização do governo e da Receita Federal de movimentações que totalizem R$ 5 mil poderá fazer com que trabalhadores informais sejam tratados no futuro como sonegadores. "Esses profissionais, que já vivem no aperto, agora terão suas movimentações vigiadas como se fossem grandes sonegadores. Se fizer vaquinha para o churrasco, vai ser complicado de explicar no imposto de renda”, diz.
"O governo quer saber como você ganha R$ 5 mil e paga R$ 10 mil de cartão, mas não quer saber como uma pessoa que ganha um salário mínimo sobrevive pagando luz, moradia, educação, compras do mês e outros gastos", inicia o parlamentar no vídeo. Ainda de acordo com Nikolas, a medida anunciada pela Receita Federal vai fazer a população abandonar métodos de pagamentos mais modernos e voltar a usar dinheiro.
"Todo mundo vai voltar a usar dinheiro vivo. Afinal, ninguém quer trabalhar um mês inteiro para, depois, o governo vir e morder o seu salário”, afirma. No vídeo, Nikolas também repete a argumentação de que se por enquanto "o Pix não será taxado", nada impede que ele não possa ser no futuro.
Como exemplo dessa possibilidade, Nikolas cita taxação sobre compras internacionais. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) havia feito uma série de críticas à possibilidade de taxar importações de até US$ 50, defendendo a ausência de Imposto de Importação em 20% sobre tais compras. Porém, em uma medida contraditória ao seu discurso, o petista sancionou o taxação dessas compras, o que gerou uma repercussão negativa para o governo.
No vídeo, o deputado compara também a vigilância sobre os gastos dos cidadãos ao sigilo decretado pelo governo em relação aos gastos do cartão corporativo da presidência. Segundo ele, o governo "só está pensando em arrecadar, sem te oferecer nada".
"Prova disso é que o Lula aumentou os gastos do cartão da presidência e colocou sigilo para os gastos dele com a Janja, mas quer tirar o sigilo bancário de você, cidadão comum e empreendedor. Sigilo para ele, vigilância para você."
Repercussão de Nikolas escancara dificuldade do governo de conquistar maior alcance nas redes sociais
A repercussão do vídeo também volta a dar luz a um grave problema do governo: seu desempenho nas redes sociais. Desde que a medida foi anunciada pela Receita Federal, as redes sociais ganharam uma onda de repercussão negativa que o Palácio do Planalto não tem conseguido contornar.
No início da semana, Lula chegou a fazer uma publicação em suas redes sociais sobre o tema. No vídeo, o petista aparece com um casaco do seu time de futebol e afirma que fez uma doação via Pix para "ajudar o Corinthians a resolver o problema da sua dívida".
"Tem uma quantidade enorme de mentira, em todas as redes sociais, dizendo que o governo vai taxar o Pix. E eu quero dizer que é mentira. O governo não vai taxar o Pix. O que nós podemos fazer é fiscalizar para evitar lavagem de dinheiro. E como eu acredito no Pix e acredito no governo [...] eu vou fazer meu pix para o Corinthians e vou doar R$ 1.013 para ajudar o Corinthians a resolver o problema da sua dívida", afirma.
O alcance da publicação, que foi comemorada pelo governo, teve quase 16 milhões de visualizações. Em comparação com a postagem do deputado Nikolas Ferreira criticando as mudanças na fiscalização do Pix, o vídeo não teve nem 12% do mesmo desempenho que a publicação do parlamentar. O tema já tem sido tratado como uma crise para o governo.
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