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Videogames do futuro se adaptarão ao humor dos jogadores

O aparelho desenvolvido por pesquisadores é um controlador manual Xbox 360 que teve a placa traseira retirada e acrescentado um módulo plástico impresso em 3-D e equipado com sensores. | Reprodução/YouTube.
O aparelho desenvolvido por pesquisadores é um controlador manual Xbox 360 que teve a placa traseira retirada e acrescentado um módulo plástico impresso em 3-D e equipado com sensores. (Foto: Reprodução/YouTube.)

Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Stanford, na Califórnia, desenvolveu um controlador manual que, a partir da medição da intensidade das emoções durante um jogo de videogame, permite que o jogo se adapte ao humor dos jogadores.

Assim, se o jogador se entendia porque o jogo é simples demais, o controlador é capaz de detectar essa percepção a partir de uma série de parâmetros medidos através das mãos, fundamentalmente respiração, temperatura corporal e ritmo cardíaco, de modo que esta informação seja transmitida para o videogame, que pode aumentar o nível de dificuldade.

"Em geral, quando o jogador está bem, os ritmos cardíaco e de respiração aumentam", explicou em entrevista à Agência Efe Gregory Kovacs, professor de Engenharia Elétrica em Stanford e responsável pelo laboratório onde o protótipo do controlador foi desenvolvido.

O aparelho é um controle do videogame Xbox 360 que teve a placa traseira retirada e acrescentado um módulo plástico impresso em 3-D e equipado com sensores, entre eles pequenas placas metálicas, acelerômetros e sensores luminosos, que medem, entre outras variáveis, a pressão sanguínea, o ritmo cardíaco, a temperatura, a intensidade e a frequência de respiração.

Segundo Kovacs, uma variável como a respiração pode ser calibrada através das mãos graças à impedância (resistência elétrica), já que quando os pulmões se enchem de ar, o peito é menos condutor do que quando expira.

"Os braços e as mãos atuam simplesmente como transmissores,e assim podemos obter o sinal do que está acontecendo no peito", explicou Kovacs à Efe.

A lógica por trás da invenção consiste em obter um retrato o mais completo possível do estado nervoso e do humor da pessoa, já que através da medição de sinais externos é possível inferir o que está acontecendo naquele momento no cérebro.

A partir disso um sistema de software se encarrega de analisá-los e, com base nisso, oferece uma resposta em tempo real durante a própria partida: se o jogador se entedia, acrescentarão mais inimigos para combater; e se estiver ficando nervoso, o nível de dificuldade será reduzido.

O controlador, criado no laboratório de Kovacs sob a liderança do pesquisador Corey McCall, já despertou grande interesse de várias companhias do setor dos videogames e de entretenimento, embora por enquanto estas "ainda não tenham compartilhado seus planos específicos" para o aparelho.

Do laboratório, também propõem que a invenção possa atuar como medidor e elemento de controle para os jogadores mais novos, de modo que, quando alcançarem níveis de excitação considerados "pouco saudáveis" enquanto jogam, o próprio controlador poderia lembrá-los que chegou a hora de tirar um descanso.

Além disso, por ser um sistema de medição não invasivo, Kovacs vê nele inúmeros aplicativos além do mundo dos videogames, como na prevenção de acidentes de trânsito.

"Continuam a acontecer muitos acidentes por culpa de motoristas sonolentos. Monitorar o grau de alerta dos motoristas através de sensores no volante poderia salvar muitas vidas", indicou.

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