Quem precisava ir a uma agência bancária ontem em Curitiba deu de cara com o comunicado de greve dos vigilantes. Apesar da pressão da classe, que fechou 98% das agências bancárias de Curitiba e Região Metropolitana, empresas e vigilantes não chegaram a um acordo e a greve continua. O Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Estado do Paraná (Sindesp) apresentou proposta de reajuste do piso com base no INPC, que fechou 2012 em alta de 5,84%. A oferta foi considerada insuficiente pelos líderes dos vigilantes, que reivindicam o pagamento de um adicional de 30% de periculosidade, benefício previsto em lei desde 10 de dezembro.
De acordo com o sindicato da classe, mais de 500 agências foram fechadas em Curitiba e região, e 11 mil trabalhadores pararam. Desde o início das negociações, o sindicato patronal relata que aguarda uma regulamentação do benefício por parte do Ministério do Trabalho e Emprego para garantir o pagamento do benefício.
Mobilização
A orientação de não abrir as agências partiu do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região Metropolitana. A lei prevê que uma agência bancária não deve funcionar sem seguranças.
A paralisação, no entanto, irritou os clientes que buscavam serviços bancários. "Vim para ver o que acontece com a senha do meu cartão, que parou de funcionar. Mas não tem ninguém aqui. Quando a minha categoria faz greve, precisa manter 30% dos funcionários na ativa. O banco tem utilidade pública, não pode acontecer esse tipo de coisa", reclama o funcionário público Jorge Luiz Rodrigues.
Em Londrina, a greve afetou todas as 130 agências e postos de atendimento da cidade. Ao todo, foram mais de mil vigilantes de braços cruzados a espera de um acordo. Já em Maringá, os seguranças aceitaram a proposta de 14,5% de aumento salarial e os serviços bancários não foram afetados.
Indústria
O sindicato dos vigilantes afirma que cerca de 70% dos seguranças das empresas da Cidade Industrial aderiram à paralisação. Na Refinaria Presidente Getúlio Vargas, em Araucária, não houve troca de turno no final do expediente da tarde. Os vigilantes terceirizados que deveriam entrar por volta das 17 horas se recusaram a assumir seus postos. Nenhuma empresa confirmou se os seus vigias aderiram à paralisação.
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