A visita do presidente chinês, Hu Jintao, aos Estados Unidos terminou nesta sexta-feira em clima de otimismo para a cooperação em assuntos estratégicos internacionais. Porém, fez pouco progresso em disputas econômicas que, se solucionadas, poderiam estreitar relações entre as duas potências globais.
Após as cerimônias e encontros de cúpula em Washington, nos quais Hu foi pressionado sobre a questão da Coreia do Norte, os direitos humanos e a política cambial chinesa, o presidente chinês levou sua comitiva para Chicago, onde participou de um jantar de gala na cidade natal do presidente norte-americano, Barack Obama.
O líder chinês terminou sua visita de quatro dias a vários Estados dos EUA com paradas em uma escola de Chicago e em uma exposição sobre negócios.
"Estar entre vocês me faz sentir mais jovem", disse Hu, 68, em conversa com estudantes. "Os jovens são o futuro de um país e a esperança do mundo."
Obama, durante seu discurso em um outro evento, afirmou que a visita de Hu ajudou a dar aos empresários norte-americanos maior acesso ao enorme mercado interno da China --uma meta estratégica para os formuladores da política econômica dos EUA.
"Fechamos um acordo para abrir os mercados chineses para nossos produtos", disse Obama a trabalhadores da General Electric na cidade de Schenectady, em Nova York.
Enfatizando a mensagem de que a China representa oportunidades para os negócios dos EUA, centenas de empresários da área metropolitana de Chicago e da China assinaram acordos nesta sexta-feira no 1° Fórum de Comércio e Cooperação Econômica entre EUA e China, disseram os organizadores.
Os acordos fazem parte de 45 bilhões de dólares em transações comerciais anunciadas durante a visita de Hu.
Clima de otimismo
Analistas afirmam que a visita de Hu transcorreu bem o suficiente para ajudar a melhorar o relacionamento entre os países após a tensão provocada no ano passado por questões como comércio, Coreia do Norte e censura na Internet.
As duas maiores economias mundiais já estão conectadas o suficiente e a China é a maior detentora estrangeira de títulos da dívida norte-americana.
No entanto, críticos citam o amplo superávit comercial da China com os EUA --de cerca de 270 bilhões de dólares no ano passado, na previsão de Washington-- e acusam Pequim de manter o iuan desvalorizado frente ao dólar para deixar as exportações chinesas artificialmente mais baratas.
Obama pressionou Hu a respeito da cotação do iuan, mas não obteve o compromisso da China em permitir que a sua moeda se valorize mais rapidamente, demanda feita por muitos legisladores norte-americanos.
Hu não comentou nada a respeito do iuan publicamente durante a viagem. Autoridades chinesas afirmaram que Pequim irá manter a política atual de reforma gradual de sua taxa de câmbio.
(Reportagem adicional por Nick Carey, Brad Dorfman, Jeff Mason, Thomas Ferraro, Ann Saphir, Mary Wisniewski, Jeremy Pelofsky, Ben Blanchard, Zhou Xin e Michael Martina em Pequim)
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