A empresa Visum, que chegou a ser uma das maiores fabricantes de placas e produtos eletrônicos do país, está encerrando as atividades em Curitiba nos próximos 15 dias. A medida é reflexo da crise enfrentada desde 2010, quando a companhia registrou o primeiro prejuízo da sua história, e agravada no ano passado com perda do maior cliente, a Asus. Diante da queda brusca no faturamento o parceiro na fabricação de netbooks representava 80% do orçamento a Visum procurou reequilibrar as contas por meio da redução do número de funcionários e da busca de novos clientes. Porém, as medidas não surtiram o efeito esperado.
O anúncio oficial do término das atividades da Visum na capital paranaense deve ocorrer no próximo dia 14. Fundada em 1997, a empresa convocou seus acionistas para uma assembleia geral na própria sede. Em pauta está a alteração nas condições de pagamento dos títulos de dívida emitidos pela companhia.
Em novembro passado, depois da perda da Asus e, consequentemente, da queda na produção, a diretoria da Visum demitiu 190 dos 700 funcionários. Sem novos clientes, outros 300 foram dispensados no decorrer deste ano e o restante, cerca de 200, serão ficam até o dia 15, quando será homologado o processo de demissão no sindicato do setor. Recentemente a empresa havia investido R$ 10 milhões em estrutura e o mesmo valor em equipamentos no novo endereço na Cidade Industrial de Curitiba (CIC).
"A empresa perdeu o cliente que representava a maior parcela dos negócios e resolveu encerrar as atividades em Curitiba. Conseguimos negociar a extensão do plano de saúde por mais dois meses e todos os direitos trabalhistas serão pagos", afirma Moacir Correia Barbosa Filho, vice presidente do sindicato dos trabalhadores nas Indústrias de Aparelhos Elétricos (Seletroar).
Nos últimos anos, a empresa vinha registrando crescimento no faturamento. Em 2004 foram 11 milhões e em 2008 cerca de 160 milhões. Naquele ano, os três sócios fundadores resolveram modificar o modelo de gestão e as decisões passaram a contar com a participação da administradora de fundos Governança & Gestão (GG), do ex-ministro Antonio Kandir. No ano seguinte, o faturamento foi de R$ 460 milhões. Porém, em 2010 a companhia registrou prejuízo. O faturamento do ano passado não foi informado.
Interior
Apesar do fim das atividades da matriz, a subsidiária de Pato Branco será mantida. A empresa está operando com outro nome, Hi-Mix, e outra razão social. A medida, de acordo com fontes do setor, seria uma forma de blindar a unidade e não assustar os clientes.
A subsidiária de Pato Branco tem uma carteira de clientes pulverizada nos mais diversos setores e espalhados por todo o país, o que a diferencia da estratégia adotada na unidade na capital. A empresa no Sudoeste foi fundada em 1997 e conta com 800 empregados.
Os diretores da Visum foram procurados, mas responderam que não irão comentar o assunto.