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Para os jovens, mercado de ações pode ser caminho compensador

Há um caminho mais arriscado para a independência financeira, recomendado, principalmente, para os jovens aventureiros com uma graninha disponível. É o mercado de ações. "No mercado de ações você tem um horizonte um pouco mais amplo, de pelo menos 10 anos, e pode diversificar suas ações. Nesse aspecto, o prazo está ao seu favor, e isso pode levar à independência financeira, desde que tenha disciplina", relata o educador financeiro Mauro Calil.

Para o agente autônomo de investimento Helio Fugagnoli Neto, que trabalhou 30 anos no mercado de ações, essa disciplina financeira, requisito básico para alcançar a independência, só se aprende com dedicação. "A pessoa tem de acompanhar notícias no mercado e ficar atenta a tudo que acontece. Caso não tenha tempo, é ideal contratar uma corretora para fazer isso", conta.

Fugagnoli diz que um investidor iniciante deve colocar 80% de seu dinheiro em renda fixa e 20% em renda variável (fundo de ações).

Já para alguém que busca viver de renda, a aplicação no mercado de ações deve ser pelo menos o dobro (40%). "Você só consegue ganhar dinheiro aplicando em ações que pagam bons pagamentos de dividendos e aproveitando as oscilações do mercado. É a única maneira e infelizmente não tem como saber o resultado", finaliza.

Por conta da queda da taxa de juros nos últimos anos e da inflação, o sonho de viver de renda, tão vivo na mente dos brasileiros do início do século, está um tanto mais distante. Há 10 anos o ganho de dinheiro vivo aplicado era quatro vezes maior do que hoje. Para entender melhor o cenário, imagine-se com R$ 1 milhão em 2003, ano em que a taxa anualizada de juros era de 23,5%. Se você aplicasse essa quantia em renda fixa, você conseguiria mais de R$ 8 mil por mês, apenas de rendimento líquido real.

A conta é simples, diz o sócio da Consultoria de investimento Diversinvest, Raul Gomes Pereira Ribas. "Basta pegar a taxa de juros do ano (23,5%), tirar o imposto de renda (15%), diminuir a inflação, que foi de 9,30%, e pronto, você chega ao rendimento líquido real, que naquele ano foi de 10,68%". Hoje, com a Selic na casa dos 10%, o rendimento real – encontrado depois da subtração do IR e da inflação – é de 2,5%. Isso leva a um rendimento líquido real de pouco mais de R$ 2 mil. "Com essa taxa, viver de renda – ou alcançar a independência financeira, como é conhecido hoje – é um negócio que está totalmente fora da realidade", comenta Ribas.

Algo fora da realidade não só por causa do valor, que equivale a um quarto, mas também por conta do estilo de vida. "Quem vive de renda geralmente tem um consumo maior de serviços e a inflação do setor é a que mais cresce", diz.

No acumulado ano, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estática (IBGE), a inflação de serviços foi de 8,4%, pouco mais de 3% acima da inflação geral, que deve fechar o ano em 5,81%, conforme previsão de analistas do mercado. Ou seja: viver com os juros das aplicações em renda fixa é complicado.

Conceito foi substituído pelo de independência financeira

O conceito de independência financeira é a condição da pessoa que recebe proventos suficientes para compensar todos os seus gastos mensais. Isso permite dedicação a outras atividades, que não necessariamente dão dinheiro imediato, como trabalhar com filantropia, viajar pelo mundo ou simplesmente curtir a vida fazendo o que gosta.

Antigamente, viver de renda estava muito ligado ao recebimento de heranças. Hoje, o conceito está mais relacionado ao acumulo de capital. "Primeiro é preciso acumular. Você só consegue investir se já tem algum dinheiro. Se a pessoa sempre conseguir guardar uma parte – o máximo possível –, ela vai construindo uma reserva e aí consegue rentabilizar cada vez melhor", relata o planejador financeiro Oswaldo Sena.

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