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A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) informou, nesta quarta (15), que vai participar do grupo de trabalho formado pelo governo para debater a proposta do Voa Brasil, o programa do Ministério de Portos e Aeroportos para vender passagens aéreas a R$ 200.
O programa, anunciado na última semana, pretende ocupar a capacidade ociosa dos aviões para vender passagens com preços mais baixos para aposentados, pensionistas, servidores e estudantes que utilizam o Fies.
Segundo a entidade, o grupo será coordenado pela Secretaria de Aviação Civil (SAC) para encontrar “possíveis soluções para o crescimento sustentável do número de passageiros e destinos atendidos”.
A Latam disse à Gazeta do Povo que “está à disposição para analisar, propor e viabilizar iniciativas que continuem ampliando o acesso da população ao transporte aéreo”. Já a Gol afirmou que está sempre à disposição para “contribuir na viabilização de um projeto que amplie ainda mais o acesso da população ao transporte aéreo”, e que participará do grupo de trabalho “para aprofundar o tema nos próximos meses”.
“O setor aéreo está se recuperando da maior crise da história e políticas públicas que tenham como objetivo o crescimento e o desenvolvimento do turismo são muito bem-vindas”, completou a companhia.
A Azul disse que "vê com bons olhos" a iniciativa e que já está em contato com o Ministério de Portos e Aeroportos e "disposta a colaborar com o projeto".
Como vai ser o Voa Brasil
De acordo com as primeiras informações divulgadas pelo ministro Márcio França, o programa será voltado para pessoas com salário de até R$ 6,8 mil para a compra de duas viagens por ano – duas idas e duas voltas – a R$ 200 cada passagem. A tarifa mais barata será válida para os meses de baixa temporada.
“O que estamos buscando é comprar a ociosidade dos espaços. As companhias brasileiras chegam na faixa de 30 milhões de passageiros, cada uma delas, operando com 78% a 80% de vagas ocupadas. Outras 20% saem vazias. Eu quero essas vagas para as pessoas que não voam”, disse Márcio França.
França ainda reforçou que a proposta não envolve subsidiar as passagens, mas fazer um acordo com as companhias aéreas para a venda do espaço ocioso nas aeronaves, com intermediação do governo. O ministro diz que acha difícil alguma companhia aérea não aceitar. O programa pode gerar a venda de até 15 milhões de passagens ao ano por R$ 200 cada, segundo cálculos da pasta.
Governo ainda não conhece o programa
O ministro disse, ainda, que o plano está montado e ainda precisa ser avaliado no governo. No entanto, na reunião ministerial da última terça (14), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sinalizou um possível desconhecimento do programa, segundo interlocutores.
Sem citar especificamente Márcio França, Lula deu um puxão de orelha nos ministros e ordenou que todas as propostas de ações e medidas sejam levadas antes à Casa Civil, para que a “genialidade” seja um programa “de governo”, e não “de ministro”.