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Aviação

Voa Brasil não ajuda o setor aéreo, apontam especialistas

Voa Brasil
Movimento de aviões no Aeroporto de Vitória (Foto: Lucas Fraga/Zurich Airport Brasil)

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Um dos principais esforços do governo federal para destravar o setor aéreo, o programa Voa Brasil, tem deficiências e não sinaliza que conseguirá amenizar os problemas que se acentuaram com a pandemia da Covid-19, em 2020, apontam especialistas ouvidos pela Gazeta do Povo.

“A percepção é de que o diagnóstico setorial está impreciso, uma vez que tem o objetivo de ofertar passagem por um valor determinado, sendo uma ação de curto prazo”, diz o sócio e economista-chefe da TCP Partners, Ricardo Jacomassi.

O lançamento do programa, que pretende estimular a venda de passagens aéreas a R$ 200 para aposentados com renda de até dois salários-mínimos e alunos do Prouni, está sendo adiado desde o ano passado, quando o ministro dos Portos e Aeroportos era Márcio França. Atualmente, é Sílvio Costa Filho.

A mais recente promessa é de que o programa entrará em funcionamento ainda neste mês. Um dos fatores que teria pesado na demora teria sido o "redesenho" do programa, aponta o ministro.

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Bruno Corano, economista e gestor de fundos nos Estados Unidos, avalia que não é o Voa Brasil que vai fazer as coisas melhorarem para passageiros e companhias. “É muito mais uma medida populista e eleitoreira do que qualquer coisa concreta.”

Outras questões que afetam o setor e que envolvem o governo são os preços dos combustíveis e a liberação de linhas de financiamento. “Não há nada de efetivo sobre esses assuntos e estamos aguardando uma nova rodada de negociações. Temos um bom diálogo com o governo”, diz a presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Jurema Machado.

O setor aéreo brasileiro vem enfrentando uma série de desafios nos últimos anos, resultando em perdas significativas. Segundo um levantamento realizado por José Ricardo Botelho, presidente da Associação Latino-americana e do Caribe de Transporte Aéreo (Alta), as empresas do setor acumularam um prejuízo de R$ 54 bilhões entre 2010 e 2022. Apenas em três anos (2010, 2017 e 2019), as empresas conseguiram fechar no azul.

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