Atualizado em 03/05/2006 às 20h10
A direção da Volkswagen Brasil anunciou nesta quarta-feira um plano de reestruturação que inclui a demissão de funcionários, o corte de benefícios e até o fechamento de uma de suas quatro fábricas de automóveis no país.
A empresa não deu números exatos para as demissões e disse que esse ponto será negociado com os sindicatos.
"A Volkswagen do Brasil acredita que cortes em produção e de milhares de empregos são inevitáveis", diz a empresa em nota.
Segundo Hans-Christian Maergner, presidente da Volkswagen do Brasil, o principal motivo para todas essas mudanças é a valorização excessiva do real frente ao dólar, que teria reduzido fortemente a rentabilidade das exportações. A Volks estima que o volume de exportações cairá 40% este ano, o que deve representar 80 mil unidades a menos.
- A matriz, na Alemanha, concluiu que a Volkswagen tem uma fábrica a mais no Brasil - disse Maergner.
O executivo explicou que tanto o número de demissões como a hipótese mais drástica, de fechamento de uma das fábricas, dependerá agora de negociação direta com os sindicatos dos metalúrgicos. No ABC, os sindicalistas já falam em cortes de seis mil a dez funcionários no país - número considerado "irresponsável" pela direção da Volkswagen Brasil.
Esta é a segunda etapa de um plano de reestruturação inicialmente anunciado em 2003. Desde então, a montadora cortou cerca de 4 mil postos de trabalho no país.
A Volks emprega 21,9 mil pessoas no Brasil, com fábricas em Anchieta/São Bernardo do Campo (SP), Taubaté (SP), São Carlos (SP), São José dos Pinhais (PR) e Resende (RJ). A montadora é a maior exportadora de veículos do Brasil, com receita de US$ 2,1 bilhões em 2005, e com o dólar na casa de US$ 2,10 alega ter perdas de competitividade no mercado externo.
As declarações de Maergner foram feitas depois de o presidente da matriz alemã, Bernd Pischetsrieder, anunciar nesta quarta-feira um plano mundial de reestruturação, com a previsão de cortes de 20 mil postos de trabalho, a maioria na Alemanha.
Em relação ao Brasil, ele afirmou que as operações brasileiras estão apresentando resultados insuficientes, devido principalmente ao impacto da queda do dólar e a alta do real sobre as exportações.
- A capacidade no Brasil precisa, então, ser ajustada - sentenciou o executivo, sem dar mais informações.
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