A Volkswagen do Brasil vai abrir um programa de demissão voluntária (PDV) em janeiro para tentar cortar cerca de 2,1 mil trabalhadores que, segundo a empresa, estão excedentes no quadro de 13 mil funcionários da unidade de São Bernardo do Campo, no ABC paulista.
A proposta com incentivos à saída, especialmente para pessoas prestes a se aposentar e com restrições médicas, será apresentada em assembleia de trabalhadores na terça-feira.
A medida faz parte de um acordo mais amplo entre a empresa e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que prevê estabilidade até 2019 para quem permanecer na fábrica e a produção de três novos veículos, sendo dois deles globais.
Em nota, a empresa informa que a medida tem por objetivo "manter a competitividade da fábrica e adequar a produção à demanda de mercado".
Segundo a VW, "a proposta traz medidas de flexibilidade e um PDV, entre outros itens. Com esse acordo, a empresa reafirma a introdução de modelo com plataforma global na unidade".
A proposta estende até 2019 um acordo antes feito para o período 2012-2016 em que os trabalhadores abrem mão do aumento real de salários em 2015 e 2016, anos em que receberão um abono de R$ 8,5 mil e R$ 6.374.
"A medida exige sacrifícios, mas é uma alternativa para controlar a forma de saída do pessoal e garantir novos produtos", diz Wagner Santana, secretário-geral do sindicato.
Entre as quatro maiores fabricantes, a Volkswagen é a que registra maior queda de vendas neste ano. Até outubro, a marca vendeu 471,6 mil automóveis e comerciais leves, 14,7% abaixo dos números de igual período de 2013. A queda para a GM foi de 12,6% (469,3 mil unidades) e de 11,9% para a Ford (244 mil).