A diretoria da Volkswagen/Audi de São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, decidiu que os funcionários da montadora folgarão nesta sexta-feira (1.º de setembro) e sábado (2) e, por conseqüência, a produção será paralisada por dois dias. O motivo seria a falta de peças, que são produzidas na fábrica de São Bernardo do Campo-SP, e que impediriam a continuidade da produção dos veículos no Paraná.
O anúncio foi feito no início da tarde desta quinta-feira quando os metalúrgicos se preparavam para uma manifestação de apoio aos funcionários grevistas da fábrica paulista. Antes que a mobilização paranaense acontecesse, a diretoria da empresa teria entrado em contato com o Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba (Simec) e feito uma proposta de troca de folgas.
A proposta previa que os trabalhadores folgassem na sexta e no sábado, para repor estes dias oportunamente. "Eles quiseram trocar dois dias normais de trabalho por outros dois em datas que seriam confirmadas posteriormente. Nós não aceitamos", disse o funcionário da Volks e vice-presidente do Simec, Nelson Silva de Souza.
Em seguida a diretoria fez nova proposta, desta vez aceita por quase 95% dos funcionários em assembléia. "Na segunda proposta eles decidiram parar nestes dois dias sexta e sábado, dias normais de trabalho) e reporíamos apenas um destes dias lá em 30 de setembro (que seria folga)", explicou Silva. Os funcionários trabalham nos sábados por escala: três de folga, por um de trabalho.
De acordo com o Simec, essa troca de folgas foi considerada uma vitória, já que ao invés de uma manifestação dos metalúrgicos que seria vantajosa para a empresa que não precisaria pagar os grevistas a folga deixa claro que a manifestação em São Bernardo está atingindo o objetivo de causar impacto na Volks, já que peças começaram a faltar e a greve estaria funcionando.
A assessoria de imprensa da Volks afirmou que não existe confirmação de que peças estariam faltando. De acordo com eles, em outra greve ocorrida em São Bernardo, que durou cerca de 30 dias, a produção na fábrica em São José dos Pinhais quase não foi afetada e esta greve, de apenas dois dias, dificilmente atingiria imediatamente a produção paranaense.
Com esta discussão da troca de folgas, a manifestação em apoio aos metalúrgicos em greve de São Bernardo do Campo ficou em segundo plano, já que a falta de peças é considerada uma vitória pelo sindicato da categoria. De acordo com o Simec, 800 veículos deixarão de sair da linha de montagem no Paraná.
Folgas também em Taubaté-SP
A Volkswagen informou nesta quinta que dará duas folgas nos próximos dias a seus cinco mil empregados em Taubaté, interior de São Paulo. Só que, diferente do Paraná, as folgas são motivadas pelo excesso de estoque na unidade. A montadora deixará de produzir 1,7 mil carros Gol e Parati nesse período.