| Foto: SAUL LOEB/AFP

A Volkswagen deu um passo importante para resolver um dos capítulos mais negros de sua história nesta quarta-feira (11) declarando-se culpada pelo escândalo de emissões e concordando em pagar US$ 4,3 bilhões em acusações criminais e civis, depois de os EUA anunciarem acusações contra mais cinco funcionários da companhia.

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Como parte de seu acordo, a VW se declarou culpada de acusações de conspiração, obstrução de justiça e uso de declarações falsas para importar carros para os Estados Unidos. Os executivos Heinz-Jakob Neusser, Jens Hadler e Richard Dorenkamp estão entre os acusados de conspiração.

Os autos do processo detalham um esquema em que a fabricante de automóveis alemã enganou reguladores e clientes por anos, além de demonstrar que empregados da empresa destruíram documentos, mesmo após o escândalo ter vindo a público, em setembro de 2015.

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O escândalo manchou a aura de qualidade da engenharia alemã e ameaçou a viabilidade de uma empresa que enfrenta a Toyota na briga para ser a maior montadora do mundo. A Volkswagen tenta resolver as investigações e ações judiciais o mais rapidamente possível, enquanto trabalha para reparar a sua reputação com consumidores e revendedores. Apesar do escândalo, a companhia vende hoje mais carros e caminhões do que nunca, compensando quedas nos EUA com fortes vendas na China.

A VW admitiu em 2015 que cerca de 11 milhões de carros a diesel em todo o mundo estavam equipados com softwares programados para enganar os testes de emissões. O acordo leva o custo do escândalo a mais de US $ 23 bilhões nos EUA e no Canadá e forçará a empresa a aumentar suas reservas para pagar multas e compensar clientes afetados.

O governo americano e a Volkswagen têm tentado chegar a um acordo até 20 de janeiro, antes que Donald Trump preste juramento e muitas das pessoas que estiveram supervisionando o caso renunciem. Embora o acordo cesse a exposição da empresa às autoridades federais dos EUA, a VW ainda enfrenta investigações e ações na Alemanha.

No fim de semana, Oliver Schmidt, representante da VW junto a reguladores ambientais dos EUA, foi preso em Miami quando regressava à Alemanha de férias. Um engenheiro já se declarou culpado e os promotores estão se preparando para acuar mais executivos alemães de alto nível.

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Em 2014, à medida que as suspeitas dos EUA aumentavam em relação ao nível real de emissões dos veículos a diesel VW, engenheiros e supervisores planejaram maneiras de esconder o esquema. No ano seguinte, quando reguladores ameaçaram não certificar modelos para venda nos EUA, altos funcionários da Volkswagen em Wolfsburg, Alemanha, foram informados sobre o problema.

Os promotores alegam que gerentes sênior da VW aprovaram um plano em agosto de 2015 com as diretrizes sobre o que seus funcionários diriam aos reguladores. Esse plano exigia que os funcionários da Volkswagen continuassem escondendo a existência do dispositivo de emissões.

Os EUA podem acusar os indivíduos na Alemanha, mas conseguir que os executivos sejam julgados nos EUA pode ser difícil porque a Constituição da Alemanha impede a extradição de cidadãos alemães para países estrangeiros que não sejam membros da União Europeia.