A direção da Volkswagen demitirá 4 mil de seus de 5.500 funcionários da fábrica de Bruxelas, após o anúncio de reestruturação anunciado pela matriz na Alemanha, segundo anunciaram hoje os sindicatos belgas.
O anúncio foi feito pelos líderes sindicais, durante a assembléia geral de trabalhadores, que contou com a participação de cerca de 2 mil pessoas, em um estacionamento junto à fábrica.
"A direção nos anunciou ontem no comitê de empresa que 3.500 trabalhadores (da linha de montagem) e 500 empregados (da administração) deverão deixar a fábrica", disseram os dirigentes sindicais, que qualificaram a decisão como "um tapa na cara".
A redução dos 4 mil postos se baseia na decisão da empresa de transferir para duas cidades da Alemanha -Wolfsburg e Mosel- a produção do modelo Golf. A produção do Polo, que também é realizada na Bélgica, será mantida.
Segundo comunicou a direção da fábrica, 1.500 empregados serão mantidos, e se fixará uma produção de entre 60 mil e 80 mil unidades do Polo para o ano de 2007.
No entanto, entre os sindicatos se mantém a incógnita sobre a eventual montagem de outros modelos, ou de um número suplementar de unidades do Polo.
Os sindicatos temem que a manutenção da produção atual do Polo "não garanta o futuro", mas se trate "do início de uma agonia", que postergue o fechamento da fábrica.
Os sindicatos iniciarão hoje contatos para dar início a uma série de protestos. É possível que se realize uma manifestação em nível nacional.
A reestruturação anunciada pelo gigante alemão do automóvel afetará, além dos 4 mil empregos diretos, outros 13 mil indiretos, muitos deles de empresas situadas nas proximidades da fábrica de Bruxelas.
Devido ao impacto causado pelo anúncio, o Parlamento belga realizará amanhã um debate no qual abordará a situação.
Está previsto para amanhã, ainda, um encontro entre a direção e os sindicatos, para iniciar "o mais rápido possível" as negociações de pré-aposentadorias e as primeiras rescisões de contratos.