Em reunião com dirigentes do Sindicato dos metalúrgicos do ABC nesta segunda-feira, a Volkswagen confirmou que pode fechar sua fábrica mais antiga no país, a de São Bernardo do Campo, caso não haja acordo com os trabalhadores para levar adiante seu plano de reestruturação.
Segundo a empresa a fábrica de Anchieta não terá condições de concorrer a novos investimentos, o que inviabilizaria o futuro das suas operações em curto prazo.
- É fundamental para a fábrica Anchieta que sejam viabilizados investimentos e a produção de novos modelos. Caso contrário, a perspectiva de redução do efetivo será ainda maior do que já anunciado - disse o gerente executivo de Relações Trabalhistas Corporativo da Volkswagen, Nilton Junior.
De acordo com plano apresentado em maio pela montadora, o quadro de empregados da fábrica do ABC paulista deverá ser reduzido em aproximadamente 3.600 pessoas nos próximos anos. A companhia se propõe a oferecer incentivo financeiro aos empregados que vierem a ser desligados.
Como a montadora ameaça demitir outros 2,5 mil empregados caso não haja um acordo negociado, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC convocou para esta terça-feira uma assembléia com os cerca de 12 mil empregados da fábrica da Volks no ABC para decidir "as próximas ações" diante dos planops da empresa.
- A redução de 3.600 empregados nos próximos anos considera a vinda de novos investimentos. Por esta razão, caso não haja acordo sobre as medidas do Plano de Reestruturação, a fábrica Anchieta não receberá novos modelos e terá uma produção reduzida para 300 a 400 carros/dia nos próximos anos, frente aos mais de 900 veículos/dia que são produzidos hoje. Considerando este cenário, ocorrerá um corte adicional de aproximadamente 2.500 pessoas, além dos 3.600 desligamentos já anunciados - afirma Nilton Junior.
Além da redução de pessoal, a Volkswagen informou que o acordo deve também contemplar reduções nos planos de benefícios dos empregados daqwuela fábrica, tais como: reajuste na participação do Plano Médico, determinação dos patamares do PPR (Programa de Participação nos Resultados), novo sistema de Banco de Horas e nova Tabela Salarial, entre outras medidas.
