A fábrica da Volkswagen em São José dos Pinhais (Região Metropolitana de Curitiba) chamou de volta ao trabalho cerca de 180 dos 600 funcionários que estavam com contratos de trabalho suspensos, no chamado regime de "layoff".
A suspensão valeria por até cinco meses, mas os trabalhadores convocados ficaram apenas dois meses afastados do trabalho. Eles retomaram seus postos na segunda-feira (05).
A Gazeta do Povo apurou que o objetivo da montadora é reforçar seus estoques, preparando-se para uma parada de 30 dias na produção, a partir de 18 de fevereiro, logo após o feriado de carnaval.
Durante a interrupção, a empresa vai adequar suas linhas de montagem para a produção do novo Volkswagen Golf e de dois modelos da Audi, que voltará a ter modelos fabricados no Brasil depois de nove anos. Procurada, a Volkswagen não se manifestou sobre o assunto.
Cronograma
Segundo um funcionário da fábrica, as primeiras unidades do Golf serão produzidas em março. A Audi informou que a produção do modelo A3 sedã está prevista para "perto de setembro", enquanto o utilitário esportivo Q3 começa a ser fabricado no primeiro semestre de 2015.
Profissionais da Audi vindos da Alemanha e da Hungria já estão trabalhando na unidade de São José dos Pinhais, dedicados à identificação de fornecedores locais, à adequação das linhas e ao treinamento de funcionários.
Abaixo da capacidade
Apesar da volta antecipada de trabalhadores do layoff, a unidade paranaense da Volkswagen continua produzindo bem abaixo de sua capacidade. São cerca de 660 veículos dos modelos Fox e Golf por dia, 24% menos que as 870 unidades diárias que a fábrica chegou a produzir anos atrás, quando ainda trabalhava em três turnos integrais hoje o terceiro turno é parcial, com produção de apenas 80 unidades.
Incluindo os trabalhadores com contratos suspensos, a Volkswagen emprega 3,2 mil pessoas no Paraná. Por causa da retração nas vendas domésticas e nas exportações, a empresa recorreu à suspensão de contratos e a férias coletivas em algumas ocasiões ao longo de 2014.
Em São Bernardo do Campo, a empresa demitiu nesta semana 800 pessoas de sua fábrica mais antiga, chamada de Anchieta, o que motivou uma greve de trabalhadores da unidade.
Layoff
O layoff está previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Durante o período de afastamento, de no máximo cinco meses, os funcionários recebem seguro-desemprego do governo, e a empresa complementa o restante do salário.
Acabado o layoff, a empresa pode demitir esses trabalhadores, desde que pague multa de um salário mínimo e negocie as dispensas com o sindicato da categoria.
- Após 244 demissões, trabalhadores da Mercedes aprovam paralisação
- Demissões na Volkswagen mobilizam governo, mas socorro não deverá sair
- Vendas de carros no Brasil devem cair em 2015, diz presidente da Renault Nissan
- Demissões em montadoras podem respingar em concessionárias, diz Fenabrave
- Anfavea só se pronunciará sobre demissões no setor automotivo na quinta-feira
- Vendas de veículos caem 7,15% em 2014, diz a Fenabrave
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast
Deixe sua opinião