A Volkswagen analisa a possibilidade de colocar à venda sua marca superesportiva Lamborghini, como parte da estratégia para dobrar o valor de mercado da empresa alemã e se antecipar às mudanças que devem sacudir a indústria automobilística nos próximos anos, segundo fontes ligadas à multinacional.
A Lamborghini poderá ser vendida ou ter ações negociadas na bolsa, mas o assunto é tratado de forma confidencial e ainda nenhuma decisão foi tomada. A Volks já começou os procedimentos para fazer da Lamborghini uma pessoa jurídica separada, e o processo de venda ou IPO deve alcançar seu desfecho no final do ano que vem, segundo as mesmas fontes.
O CEO da Volks, Herbert Diess, quer focar o plano de expansão nas principais marcas globais do grupo – Vokswagen, Porsche e Audi – de forma a aproveitar melhor os recursos e evitar duplicidade de gastos. A Volks irá reformular todo seu portfólio de 12 marcas automotivas, informou o jornal Sueddeutsche Zeitung no fim de semana, citando uma entrevista com Diess.
“Não queremos emagrecer demais”, disse Diess. “Por outro lado, em alguns casos, isso pode ser difícil, mas é o único caminho viável”, completou o executivo. Em nota, a Volkswagen afirmou no domingo que qualquer decisão envolvendo a marca Lamborghini ainda está muito longe, e negou planos de venda ou abertura de capital. Pouco antes, um representante da empresa tinha se recusado a comentar o assunto.
Forte candidato à Bolsa
Em agosto, analistas da Bloomberg Intelligence estimaram que o portfólio da Lamborghini, que vai de supercarrões a utilitários esportivos mais espaçosos, provavelmente ajudou a elevar o valor da marca para cerca de US$ 11 bilhões, o que a torna um candidato viável para oferta pública inicial na Bolsa. As vendas do Urus SUV vêm crescendo desde sua estreia, em meados de 2018. Um “Aventador” redesenhado e um novo supercarro híbrido, que deve chegar ao mercado no ano que vem, podem ajudar a impulsionar as margens de lucro para além de 30%, segundo Michael Dean e Gillian Davis, autores do relatório da Bloomberg.
Já há algum tempo os investidores vêm sugerindo que a Volkswagen, maior montadora do mundo, deveria liberar ativos cujo valor está espraiado numa complexa estrutura, que inclui supercarros italianos, motocicletas e caminhões pesados. Os acionistas gostariam de ver algo parecido com o que aconteceu com a Ferrari, que fazia parte da Fiat Chrysler, e que passou a valer cerca de US$ 30 bilhões depois de operar separadamente, dentro do grupo.
Diess assumiu a presidência da Volks em abril do ano passado e já obteve alguns sucessos, como o IPO do Grupo Traton (dono das marcas Man, Scania e Vokswagen Caminhões e Ônibus). Ele também iniciou a modernização das unidades que produzem grandes motores a diesel e caixas de transmissão, além de forjar uma aliança global com a Ford para produção de veículos de transporte, carros elétricos e protótipos autônomos.
O CEO de 60 anos costuma enfatizar a urgência de maximizar o valor da VW num momento em que a companhia enfrenta uma transição tecnológica dispendiosa. Recentemente, os principais membros do clã Porsche-Piech, fundador da VW, declararam apoio ao executivo. Diess quer fazer a Volkswagen alcançar um valor de mercado de US 220 bilhões, contra os atuais US$ 90 bilhões. Seus esforços visam ajudar a Volks a desafiar o atual abatimento da indústria automobilística, mantendo à distância atuais e futuros rivais do setor.
Em intensos debates no início deste ano, a alta administração da VW decidiu que não irá vender unidades menores como a Bugatti, por enquanto, porque não estava claro qual seria o custo do desinvestimento nesses ativos. Ainda assim, marcas menos expressivas no portfólio da empresa poderão encontrar novo destino, num futuro próximo.
Perspectiva de devassa jurídica de emendas deve gerar forte impacto no cenário político
Defensor de Natuza Nery, Gilmar Mendes tem histórico de processos contra jornalistas
O “abraço na democracia” será apenas simbólico mesmo
Governo abre ano com leilão nas Cataratas do Iguaçu após captar R$ 48 bi com concessões de rodovias
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast