Apesar do anúncio do fim da greve na noite de quinta-feira (3), só parte dos trabalhadores da construção da hidrelétrica de Belo Monte, no oeste do Pará, retornou nesta sexta-feira aos canteiros de obras.

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O Sintrapav (Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada) anunciou o fim da greve após ter constatado que haveria a execução, pela Justiça do Trabalho, de uma multa de R$ 200 mil por dia de paralisação, acumulada já em mais de R$ 1 milhão.

Em dois dos cinco canteiros, Pimental e Canais e Diques, já era esperado não haver trabalho, porque hoje seus operários irão receber os salários e, com isso, eles são liberados do expediente.

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Nos outros três canteiros, que deveriam voltar a funcionar normalmente, o CCBM (Consórcio Construtor de Belo Monte) afirma que o comparecimento não foi de 100%, mas não tem uma estimativa de quantos foram trabalhar.

Todos os operários desses três canteiros (Belo Monte, Infraestrutura e Porto e Acessos) já haviam recebido o pagamento de seus salários ontem e, com o anúncio do fim da greve, deveriam ter retornado nesta sexta.

Para o consórcio, o comparecimento foi abaixo do esperado porque o anúncio do fim da greve só ocorreu na noite de ontem, por isso muitos trabalhadores ainda não haviam sido avisados.

Ainda não está definido se eles terão o ponto cortado pelos dias que ficaram paralisados. Essa questão será objeto de negociação entre o sindicato e o consórcio.

A greve, deflagrada no último dia 23, durou 11 dias e enfrentou a pressão da Justiça do Trabalho, que a declarou ilegal.

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As duas reivindicações dos operários --aumento no vale-alimentação, de R$ 95 para R$ 300, e diminuição no intervalo entre as folgas para visitas às famílias, de seis meses para três-- não foram atendidas.

A hidrelétrica de Belo Monte é uma das principais obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e, quando estiver concluída, em 2019, será a terceira maior hidrelétrica do mundo. Atualmente tem cerca de 7.000 trabalhadores na obra.