O consumidor terá um fôlego extra, de 30 a 45 dias, para comprar geladeiras, fogões e máquinas de lavar com Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) reduzido, mesmo que o governo não renove o benefício tributário que termina no próximo domingo.
Embora o varejo desta vez não tenha feito grandes estoques preventivos, como ocorreu no fim de outubro quando o IPI reduzido para linha branca dos produtos de menor consumo de energia foi renovado pela primeira vez, indústrias calculam que, pelas suas vendas, as lojas tenham estoque de até 45 dias de produtos comprados com o imposto mais baixo.
Nas lojas do Ponto Frio e do Extra, redes do Grupo Pão de Açúcar, a ordem é manter os preços reduzidos de fogões, geladeiras e máquinas de lavar até o fim dos estoques. Isso significa que as promoções teriam fôlego até meados de março, dependendo do ritmo das vendas.
O Walmart é outra grande rede varejista que está disposta a bancar as promoções. A empresa informa, por meio de sua assessoria, que "após o encerramento do prazo da redução do IPI, iremos repassar o benefício até o final dos estoques".
Já as Casas Bahia, que aguardam o sinal verde do governo para se unir ao grupo Pão de Açúcar, não revelam a sua estratégia de mercado após o fim do corte do IPI. Nas últimas semanas, a rede é uma das que mais tem usado o IPI reduzido como mote de suas campanhas.
Indefinição
A cinco dias de terminar o benefício em vigor desde o 17 de abril, o sentimento de indefinição sobre a renovação ou não do IPI reduzido predomina entre os fabricantes de eletrodomésticos da linha branca. Armando Ennes do Valle Jr., diretor de Relações Institucionais da Whirpool e membro da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), aguardava até o início da noite de ontem a confirmação de uma reunião que seria marcada para hoje, em São Paulo, com os assessores do ministro da Fazenda, Guido Mantega, para discutir a renovação do corte do IPI.