Depois de dois meses em retração (-0,42% em junho e -0,56% em julho), o comércio varejista cresceu 2,32% de julho para agosto em volume de vendas, no resultado ajustado levando em conta os efeitos sazonais do período, informou o IBGE. O resultado ficou bem acima do 0,63% projetado por analistas consultados pela agência Reuters. Na mesma comparação, a receita nominal cresceu 2,35%. O resultado positivo de agosto foi puxado pelas vendas de supermercados e afins. Nessa segunda-feira, a maior rede do país, o Pão de Açúcar, informou que suas vendas aumentaram 4,5% em setembro passado em relação a setembro de 2005.
Nas comparações sem ajuste, o volume de vendas cresceu 6,27% sobre agosto de 2005, também mais do que os 4% estimados por especialistas. A alta foi de 5,30% no acumulado do ano de 2006 e de 5,10% no acumulado dos últimos 12 meses. Já a receita nominal avançou 7,46% ante igual mês de 2005, 6,96% na relação janeiro-agosto 2006/ janeiro-agosto 2005 e 7,47% no acumulado dos últimos 12 meses.
Na comparação com agosto de 2005, sete das oito atividades do varejo obtiveram aumento no volume de vendas. Tiveram resultado positivo hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (7,48%); móveis e eletrodomésticos (10,65%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (19,04%); equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (26,57%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (2,36%); tecidos, vestuário e calçados (1,15%); livros, jornais, revistas e papelaria (4,28%); e combustíveis e lubrificantes (-6,58%).
A atividade de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (7,48%) respondeu por quase metade da taxa global do varejo. O desempenho reflete basicamente a melhoria do rendimento médio do trabalho, bem como o aumento do emprego com carteira assinada, de 3,5% e de 5,9%, respectivamente, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (PME). Com esse resultado, a atividade alcança, nos oito primeiros meses do ano, taxa de 7,23% em relação ao mesmo período do ano anterior, acumulando, nos últimos 12 meses, taxa de crescimento de 5,48%.
O segundo maior impacto em agosto veio do segmento de móveis e eletrodomésticos (10,65%). Beneficiada basicamente pela permanência de condições favoráveis de crédito ao consumo e pela queda nos preços derivada da concorrência dos importados, a atividade registrou taxas de crescimento de 8,28% e de 9,46% nos acumulados do ano e dos últimos 12 meses respectivamente.
Apenas a Bahia (-0,42%) teve queda no volume de vendas entre julho e agosto. As outras 26 unidades da federação registraram alta. Os resultados mais expressivos vieram de Tocantins (8,46%); Maranhão (7,76%); Alagoas (6,21%); Amazonas (5,12%) e Goiás (4,78%).