A Volvo do Brasil anunciou ontem que vai investir US$ 220 milhões (cerca de R$ 396 milhões) no período de 2010 a 2011. Trata-se do maior investimento dos últimos seis anos da montadora sueca no país. A maior parte do dinheiro será destinada ao desenvolvimento de novos produtos, principalmente de caminhões e ônibus, que são produzidos hoje na fábrica de Curitiba. Parte do montante também irá para ampliar a área de revenda da marca. Hoje são 78 concessionárias, número que deve passar para 84 no fim desse ano e para 92 em 2011. O anúncio vem no embalo do bom momento da subsidiária brasileira dentro do grupo. No ano passado, pela primeira vez, o Brasil se tornou o maior mercado de caminhões da Volvo no mundo, superando os Estados Unidos. O mercado brasileiro comprou 8.730 caminhões da marca, contra 6.622 dos americanos.
"Foi um ano que teve um começo muito difícil, por conta da crise, mas que foi melhorando à medida que eram tomadas iniciativas de estímulo às vendas e acabou por ser o segundo melhor ano da nossa história, só perdendo para 2008", lembrou o presidente da companhia, Tommy Svensson.
A Volvo do Brasil fechou o ano passado com faturamento de R$ 3,2 bilhões, incluindo todas as suas operações. Em 2008, as receitas haviam sido de R$ 4,6 bilhões. Svensson disse que 2010 começou em ritmo muito bom, com sinais de retomada de crescimento também nas exportações. As vendas externas de caminhões a partir do Brasil caíram cerca de 72%, para 1.154 unidades em 2009. "Já vemos sinais de melhora em alguns mercados, como Chile e Peru", completou Bernardo Fedalto Júnior, gerente de vendas da linha F de caminhões. Se essa previsão se confirmar, será possível dobrar ou até mesmo triplicar os volumes enviados ao exterior em 2010.
Ele prevê que a produção da fábrica de caminhões, que caiu de 14,6 mil em 2008 para 9,7 mil em 2009, volte aos patamares de antes da crise, algo próximo de 15 mil unidades. Em janeiro a Volvo deu início ao segundo turno de produção de caminhões em Curitiba, com a contratação de 250 pessoas, para atender ao aumento da demanda. A fábrica passou a montar 70 caminhões por dia. Fedalto Júnior explica que os contratos são para seis meses, mas que poderão se tornar definitivos conforme o desempenho do mercado.
Sérgio Gomes, gerente de planejamento estratégico, afirma que um conjunto de fatores devem favorecer o mercado de caminhões no Brasil esse ano, entre eles o crescimento do mercado consumidor interno, com a melhora do cenário econômico, e o aumento da safra de grãos escoada principalmente por rodovias e da produção de aço.
No mercado de ônibus, depois de um ano difícil, a expectativa também é de retomada, segundo o presidente da Volvo Bus Latin America, Per Gabell. "Não podemos dizer que 2009 foi um ano emocionante, mas já dá para sentir uma melhora no ritmo de encomendas", afirmou. A divisão de ônibus, apesar das dificuldades, ampliou de 9% para 11% a participação no mercado brasileiro de ônibus pesados entre 2008 e 2009. Para 2010, a projeção é alcançar 15%, com vendas de 3,8 mil unidades.
Renault
A montadora francesa Renault, que também possui fábrica no Paraná, anunciou em dezembro que vai aplicar R$ 1 bilhão no Brasil nos próximos três anos montante similar ao do período entre 2006 e 2009. O dinheiro será usado para a renovação de carros já existentes e o lançamentos de novos modelos.
A repórter viajou a convite da Volvo
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