Após bater recorde de venda de caminhões no Brasil em 2011, com 20,8 mil unidades, e aumentar sua participação de mercado de 15% para 17,1%, a Volvo prevê um cenário de estabilidade em 2012. A montadora acredita que as vendas no ano serão afetadas pelo fraco desempenho do setor no primeiro trimestre, resultado da antecipação das compras realizadas no fim de 2011.
Em 1.º de janeiro, passou a vigorar no país a legislação que obriga os veículos a atender à diretriz Euro 5, que torna os caminhões menos poluentes. O ganho em tecnologia para atender as novas exigências provocou um aumento de 10% a 15% nos preços dos veículos. Prevendo essa alta, as transportadoras anteciparam a compra de caminhões no ultimo trimestre de 2011, quando ainda era permitida a fabricação de acordo com a tecnologia Euro 3.
A mudança na lei provocou inclusive a alteração no calendário da Volvo, que costuma parar a fábrica de Curitiba em dezembro. Desta vez, os trabalhadores saíram de férias coletiva durante as duas primeiras semanas de janeiro. No início do ano passado a empresa chegou a iniciar um terceiro turno de produção, mas a expectativa é de que em 2012 sejam mantidos apenas dois turnos. Em 2011, o país comercializou 111 mil caminhões pesados (de mais de 16 toneladas). A previsão da Volvo é que o número fique em 105 mil em 2012.
A receita líquida da Volvo na América Latina que inclui as operações de caminhões, ônibus, equipamentos para construção e serviços financeiros -- foi de US$ 5,3 bilhões no ano passado, alta de 22% em relação a 2010. A região representa 22% das vendas globais da fabricante sueca, desempenho igual ao da América do Norte. A Europa é a região mais importante para a empresa, com 27% das vendas.
Na comparação por país, o Brasil perdeu o posto de líder de venda na área de caminhões após ocupar a posição nos últimos dois anos. Os Estados Unidos voltaram a ser o principal mercado.
O faturamento global da Volvo foi de US$ 47 bilhões, sendo que 60% vieram da área de caminhões, 20% de equipamentos de construção, 8% de ônibus e o restante de serviços financeiros e peças para aviões e embarcações.
Ônibus e banco
O ano passado também marcou a liderança do Brasil como principal mercado da empresa para a área de ônibus. Até 2010, o país ocupava a oitava posição. Com 2 mil unidades comercializadas, as vendas aqui foram maiores, na ordem, do que na China, Reino Unido, Panamá e México. O setor de serviços financeiros também apresentou crescimento, com R$ 1,8 bilhão de ativos gerenciados, alta de 6% em relação ao ano anterior. A alta foi puxada pelos consórcios para a aquisição de veículos.
O jornalista viajou a convite da Volvo
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