Marcas
Estrutura de gestão terá mudanças
A Volvo, que também é proprietária das marcas de caminhões UD Trucks, antiga Nissan Diesel, Mack, Renault Trucks e Eicher, passará a comandar a gestão de todas as empresas de forma unificada. Até o ano passado, cada marca tinha sua própria gestão. A mudança na estrutura da companhia visa dar mais harmonia nos negócios do grupo. Na Europa, por exemplo, as marcas acabavam entrando em conflito.
"A parte de negócios de caminhões agora será dividida em nível global em três setores geográficos: Américas; Europa, África e Oriente Médio; e Ásia e Pacífico", diz Roger Alm, presidente de vendas e marketing do Grupo Volvo na América Latina. "Precisamos tirar proveito dessa nossa carteira e por isso estamos abandonando essa gestão estruturada por marca", explica.
A Volvo Brasil passa a fazer a gestão das marcas Renault e UD Truck na América Latina ainda neste ano e, a partir de 2014, também da Mack. Segundo Alm, não há previsão de que essas marcas passem a ser produzidas no Brasil.
Após bater recorde de venda de caminhões no Brasil no ano passado, com 20,8 mil unidades, e aumentar sua participação de mercado de 15% para 17,1%, a Volvo que tem fábrica em Curitiba prevê um cenário de estabilidade em 2012. A montadora acredita que as vendas no ano serão afetadas pelo fraco desempenho do setor no primeiro trimestre, resultado da antecipação das compras realizadas no fim de 2011.
Em 1.º de janeiro, passou a vigorar no país a legislação que obriga os veículos a atender à diretriz Euro 5, que torna os caminhões menos poluentes. O ganho em tecnologia para atender às novas exigências provocou um aumento de 10% a 15% nos preços dos veículos. Prevendo essa alta, as transportadoras anteciparam a compra de caminhões no último trimestre de 2011, quando ainda era permitida a fabricação de acordo com a tecnologia Euro 3.
A mudança na lei provocou inclusive a alteração no calendário da Volvo, que costuma parar a fábrica de Curitiba em dezembro. Desta vez, os trabalhadores saíram de férias coletivas durante as duas primeiras semanas de janeiro. No início do ano passado a empresa chegou a iniciar um terceiro turno de produção, mas a expectativa é de que em 2012 sejam mantidos apenas dois turnos.
Em 2011, o pais comercializou 111 mil caminhões pesados (de mais de 16 toneladas). A previsão da Volvo é que o número fique em 105 mil em 2012. "Não há um número certo, mas nossa estimativa é de que cerca de 10 mil desses 111 mil caminhões comprados no ano passado foram de compra antecipada. Se descontássemos esse número, a previsão para esse ano seria até de crescimento", diz Bernardo Fedalto Jr., diretor de caminhões da Volvo no Brasil.
O Brasil perdeu o posto de líder de venda na área de caminhões após ocupar a posição nos últimos dois anos. Os Estados Unidos voltaram a ser o principal mercado. A explicação, segundo Roger Alm, presidente de vendas e marketing do grupo para a América Latina, é a retomada da economia americana, que teve desempenho abaixo de seu potencial em 2009 e 2010.
O ano passado também marcou a liderança do Brasil como principal mercado da empresa para a área de ônibus. Até 2010, o país ocupava a oitava posição. Com 2 mil unidades comercializadas, as vendas aqui foram maiores, na ordem, do que na China, Reino Unido, Panamá e México.
Segundo Sérgio Gomes, diretor de estratégia e desenvolvimento de negócios de caminhões da Volvo na América Latina, a empresa não está sendo afetada pela mudança nas regras de importação na Argentina. O país vizinho tornou mais burocrática a compra de produtos do exterior. "Tivemos alguns problemas de atraso logo no início da nova lei, mas agora está tudo normalizado", garantiu. No ano passado, a Volvo vendeu 932 caminhões para a Argentina, alta de 132% em relação a 2010, quando foram vendidos 427 caminhões.
O jornalista viajou a convite da Volvo.
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