Todos os 3.200 funcionários da Volvo estão de braços cruzados desde terça-feira (10)| Foto: André Nojima / Imprensa SMC/

Os trabalhadores da Volvo paralisaram o funcionamento da fábrica em Curitiba nesta quarta-feira (11) em protesto contra o anúncio de que a empresa fará novas demissões. Segundo o sindicato que representa a categoria, estaria programado o corte de 400 vagas até o fim deste mês.

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Em nota, a empresa confirmou a informação de que está em negociação com os metalúrgicos e que deve fazer demissões neste ano em função da crise que atinge a indústria automotiva. A companhia não confirma o número de pessoas, nem quando seriam feitos os desligamentos.

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Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), uma reunião foi realizada nesta terça-feira (10) com a empresa, que comunicou a demissão de até 400 pessoas, entre funcionários de chão de fábrica e da área administrativa. Os cortes ocorreriam em duas partes: 250 pessoas ainda nesta semana e as demais até o fim do mês. Atualmente, a Volvo conta com 3.200 trabalhadores, sendo 1.700 na produção e 1.500 nas demais funções.

Após a reunião, uma paralisação foi deflagrada pelos funcionários e as atividades na fábrica devem seguir paradas enquanto não houver uma decisão sobre o impasse. Nesta quarta-feira (11), os trabalhadores voltaram a cruzar os braços e participaram de uma assembleia com o sindicato, que informou que as negociações com a montadora seguem indefinidas.

O SMC afirmou que vai tentar reverter a decisão, propondo um acordo. Para o sindicato, o ideal é a empresa recorrer a alternativas para manutenção dos empregos, como o Programa de Proteção ao Emprego, plano de demissões voluntárias ou layoff.

Em nota, a Volvo diz que mantém uma relação de transparência com os funcionários e que lamenta a paralisação das atividades na fábrica. “A paralisação é feita num período de grandes dificuldades da indústria automotiva e justamente quando a empresa continua negociando com a entidade e os trabalhadores medidas para tentar amenizar a crise no setor.”

A Volvo afirma que continua negociando para tentar amenizar os efeitos da crise. Em dezembro de 2015, 500 funcionários da indústria que haviam aderido ao plano de demissões voluntárias (PDV) tiveram seus contratos rescindidos. Um ano antes, a empresa dispensou 204 funcionários.

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Setor automotivo

O complexo da Volvo fica na Cidade Industrial de Curitiba (CIC) e tem cinco fábricas: de caminhões, chassis de ônibus, cabines, caixas de câmbio e motores. Todas tiveram sua produção reduzida em razão da crise econômica.

Segundo a Anfavea, que reúne as montadoras brasileiras, as vendas de caminhões da Volvo caíram 24,1% nos quatro primeiros meses deste ano em comparação com o mesmo período de 2015. A montadora vendeu 2.067 caminhões de janeiro a abril, contra 2.725 comercializados nos quatro primeiros meses do ano passado, período que já havia sido de vendas magras.

Para efeito de comparação, de janeiro a abril de 2014, a Volvo vendeu 6.253 caminhões. Segundo informações do sindicato, desde o ano passado a montadora trabalha com apenas 1º turno e com 50% da capacidade instalada da fábrica.