Cinco meses depois das primeiras especulações, a Volvo do Brasil confirmou ontem que "um novo operador" do sistema de transporte coletivo de Santiago, no Chile, cancelou a compra de 499 ônibus da montadora, que tem fábrica na Cidade Industrial de Curitiba (CIC). Em nota, a empresa disse que o operador optou por assinar contrato com outro fabricante. Já em janeiro, a chilena Buses Metropolitana, uma das principais concessionárias do Transantiago, informou a uma agência de notícias que cancelou o contrato de 499 ônibus assinado em agosto do ano passado, porque a Volvo teria descumprido algumas cláusulas.
Na época, a Volvo do Brasil informou ter recebido apenas uma carta de intenções dos chilenos, afirmando o interesse em rescindir o contrato. Dizendo suspeitar de "ação da concorrência", a companhia negou o descumprimento de qualquer cláusula e disse que tentaria reverter a decisão da Buses Metropolitana. A entrega dos ônibus estava programada para 2008.
A Volvo já era fornecedora de outros três operadores do Transantiago Subus Chile, Express de Santiago Uno e Inversiones Alsacia , para os quais já entregou 1.779 veículos. Na semana passada, a montadora divulgou que essas três empresas fizeram uma nova encomenda de 134 chassis, sendo 74 articulados fabricados em Curitiba e 60 produzidos na fábrica de Boras, na Suécia.
O projeto Transantiago foi dividido em cinco eixos, dos quais quatro já foram licitados. A primeira etapa entrou em operação em outubro de 2005, e a transição para o novo sistema foi concluída há quatro meses. Mas há tempos o plano é alvo de duras críticas no Chile, porque teria graves problemas de planejamento, falta de ônibus e ainda estaria piorando o trânsito da capital.
Muitas linhas do Transantiago que é inspirado no modelo adotado em Curitiba "imitam", na superfície, o trajeto feito pelos trens subterrâneos capital chilena. O objetivo era desafogar o metrô, incentivando os passageiros a adotar o ônibus em trajetos curtos. No entanto, a desconfiança em relação ao Transantiago acabou por congestionar ainda mais o metrô, provocando seguidos tumultos nas estações. A situação piorou ontem, quando 1 milhão de passageiros foram prejudicados por uma greve dos motoristas de ônibus.
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