O ritmo de produção está acelerando na unidade de ônibus da Volvo em Curitiba. Na semana passada, a montadora iniciou o processo para dobrar a produção diária, que está passando de cinco para dez unidades.
O objetivo é o de atender a uma demanda de 700 ônibus urbanos - o equivalente a oito meses de produção - que serão utilizados pelo Transmilenio, o sistema de transporte coletivo de Bogotá, a capital colombiana, e de sua região metropolitana. A primeira remessa deverá ser entregue até maio.
Setenta pessoas foram contratadas em outubro para atender ao crescimento na demanda. Atualmente, estão em treinamento. E o presidente da Volvo Buses Latin America, Fabiano Todeschini, acredita que outros 80 postos de trabalho devem ser criados na cadeia de fornecedores só para atender à demanda colombiana.
Contrato
O contrato prevê o fornecimento de 402 ônibus biarticulados, com 28 metros de extensão e capacidade para transportar 250 pessoas, e 298 articulados, com 20 metros de extensão. Os dois modelos são de piso alto.
A capital colombiana está renovando a sua frota de ônibus, trocando parte da frota articulada por uma biarticulada. O Transmilenio, um sistema que começou a ser implantado em 2000, transporta atualmente 2,5 milhões de passageiros/dia em Bogotá e cidades vizinhas.
“Com os novos veículos, mais modernos, seguros, confortáveis e maiores, a capacidade do sistema aumentará em 25%”, afirma Silvia Gerber, diretora geral da Volvo Buses Colômbia.
Os chassis serão exportados pelo porto de Paranaguá e chegarão à Colômbia pelo porto de Cartagena, no norte do país. De lá serão encaminhados, por via rodoviária, para serem encarroçados na Superpolo - unidade colombiana do grupo gaúcho Marcopolo - em Cota, na região metropolitana de Bogotá.
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O primeiro lote é formado por duas remessas: a primeira, formado por 336 veículos, deve ser entregue até maio de 2019; a segunda, de 104, veículos, até setembro de 2019. O segundo lote, também terá duas remessas: uma, também em setembro de 2019, com 152 veículos, e outra, até julho de 2020, com 106 unidades.
Considerando a América Latina, o novo negócio com a Colômbia mantém a liderança da Volvo em BRTs, com mais de 50 % de participação de frota nesses sistemas.
Além de Bogotá, os articulados e biarticulados da marca operam em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Goiânia, Manaus, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Curitiba, no Brasil; Quito e Guayaquil, no Equador; Cali e Bucaramanga, na Colômbia; Santiago, no Chile; Cidade do México, no México; Cidade da Guatemala, na Guatemala e San Salvador, em El Salvador.
Meio ambiente e conectividade
O negócio despertou críticas na Colômbia. O senador e candidato derrotado à presidência da Colômbia nas eleições de julho, Gustavo Petro, sugeriu a seus seguidores demandarem ações contra a Volvo na Suécia por causa da utilização de óleo diesel nos ônibus que são adquiridos pelos consórcios que formam o Transmilenio.
O presidente da Volvo Buses Latin America destaca que os ônibus serão entregues com um padrão tecnológico ambiental superior ao exigido legislação colombiana. “A Colômbia exige o padrão Euro IV e os veículos a serem entregues seguem um padrão superior, o Euro V.”
Segundo a montadora, os novos ônibus receberão um sistema de filtro de materiais particulados, tornando-os muito mais limpos do que os veículos das gerações anteriores.
“Comparando com os ônibus atuais da cidade (padrão Euro II), a redução chega a 96% em materiais particulados. É a primeira vez na America Latina que haverá veículos equipados de fábrica com esta tecnologia. O ganho ambiental para a população será enorme, já que o filtro tem altíssima eficiência. O ICCT (International Council on Clean Transportation), classifica esta tecnologia como livre de fuligem (soot-free)”, afirma Fábio Lorençon, diretor comercial da Volvo Buses na Colômbia.
Os novos ônibus da Volvo também serão equipados com sistemas avançados que monitoram a operação de cada veículo, permitindo interação remota com a frota em tempo real e um serviço de controle de velocidade por conectividade, que, por meio de geolocalização, limita automaticamente a velocidade máxima do ônibus em pontos críticos de segurança, como perto de escolas e em terminais
Perspectivas para 2019
As perspectivas para o próximo ano são bem favoráveis, aponta Todeschini. Ele acredita que o mercado de ônibus deverá crescer 15%. Nos nove primeiros meses do ano, segundo a Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), foram produzidos 23,1 mil chassis, 42,9% a mais do que no mesmo período de 2017.
Além dos negócios com a Colômbia, cujas entregas devem se estender de março de 2019 a julho de 2020, a Volvo está à procura de novas oportunidades no exterior.
Os olhares estão atentos à licitação do Transantiago, o sistema de transporte público da capital chilena e sua região metropolitana. Diariamente, ele atende a 3 milhões de passageiros. A frota é formada por mais de 6,6 mil veículos, dos quais 2,5 mil deverão ser substituídos nos próximos anos. “Queremos uma parte desse quinhão”, ressalta Todeschini.
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