San Pedro de Atacama (Chile) - Resultado de um investimento de US$ 50 milhões, a Volvo apresentou ontem, no Chile, sua nova linha de caminhões semipesados da geração VM para o mercado latino-americano. O modelo é o primeiro do segmento, em toda a América Latina, a contar com motores da geração Euro5 que têm menor volume de emissões de gases causadores do efeito estufa. Os novos modelos serão produzidos na fábrica da montadora, na Cidade Industrial de Curitiba.
"O Brasil é o maior mercado do mundo de caminhões, e a América Latina representa grande possibilidade de crescimento e novos negócios", diz o presidente da Volvo Latin America, Roger Alm.
Com a renovação da linha VM, a Volvo pretende ampliar sua participação no nicho de caminhões semipesados de até 20 toneladas de peso total bruto , segmento que hoje corresponde a 30% do faturamento anual da empresa no Brasil.
No primeiro semestre deste ano, a empresa registrou crescimento de 60% no volume de vendas dessa linha, na comparação com o mesmo período de 2010. A marca tem participação de 9% no total do mercado brasileiro, que em 2011 deve vender 55 mil unidades.
"O VM é o terceiro caminhão mais vendido no mercado brasileiro, segundo dados da Fenabrave. Queremos subir e estamos trabalhando para isso", afirma o gerente de vendas da linha VM, Reinaldo Serafim. Ele garante que a montadora já trabalha em outros projetos e diz que "novos modelos virão".
Alm, entretanto, não faz projeções da expectativa de vendas das novas unidades para 2012. Segundo ele, o mercado brasileiro deve sofrer uma "leve desaceleração" e as antecipações de compras do modelo antigo (VM Euro3) podem influenciar os resultados futuros. "De qualquer forma, as expectativas são boas. A economia do Brasil continuará aquecida exatamente nos setores que demandam caminhões deste porte", avalia.
A antecipação de compra pode ocorrer em função do custo adicional relacionado à nova tecnologia dos motores, que deverá ter um impacto de 15% no preço final do produto que não foi revelado pelos executivos da empresa. A montadora, entretanto, aposta no menor consumo de combustível para amortecer essa diferença. "O consumo de combustível representa 43% do custo de operação de um caminhão. Qualquer 1% ou 2% de diferença [no consumo] tem impacto muito grande nos negócios", avalia Serafim.
Por ora, também não há a perspectiva de novas contratações para a fabricação do modelo em Curitiba. "Hoje temos uma ótima capacidade de produção. Contratamos novos trabalhadores no início e durante o ano para aumentar essa capacidade", explica o executivo. Hoje, a fábrica da Volvo tem 4 mil funcionários e capacidade de fabricar 107 veículos por dia. Estima-se que, em plena capacidade, a unidade poderá fabricar cerca de 40 veículos da linha VM diariamente.
O repórter viajou a convite da Volvo do Brasil.