Após oitos dias de negociação e protesto, a Volvo e os trabalhadores entram em um acordo para manter os empregos até o fim do ano. A montadora aceitou estender o prazo de adesão ao Plano de Demissão Voluntária (PDV) até 5 de dezembro para todos os funcionários. Com isso, as 400 demissões que estavam previstas, sendo 250 imediatas, foram suspensas até o fim deste ano.
O acordo aconteceu na noite de quarta-feira (18), após o sindicato apresentar uma contraproposta à montadora. Após confirmar a ociosidade de 400 trabalhadores na fábrica, a Volvo propôs na semana passada um PDV com adesão até o fim de maio e aceitou diminuir o número de demissões para 250 pessoas, todos do chão de fábrica.
A proposta foi recusada em assembleia realizada pelos trabalhadores. Na terça-feira (17), o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) apresentou uma contraproposta para estender o prazo de adesão ao PDV até o fim de dezembro, manter a correção salarial em setembro e a Participação nos Lucros e Resultados (PLR).
A Volvo, em comum acordo com o sindicato, aceitou as condições e os trabalhadores voltaram a trabalhar nesta quinta-feira (19), dando fim à paralisação que durou oito dias.
Pelo acordo, ficou instituído o PDV até o dia 5 de dezembro para todos os funcionários, com pacote de 1,5 a quatro salários, mais a antecipação da PLR, aviso prévio, verbas rescisórias, seguro desemprego e isenção do Imposto de Renda sobre indenizações e a quitação do contrato.
A montadora também vai antecipar R$ 5 mil de primeira parcela da PLR. O valor será pago aos funcionários em junho. No fechamento do valor total da PLR, ainda sem data definida, serão deduzidos R$ 5 mil do pagamento dos trabalhadores. O reajuste salarial pelo INPC, previsto para setembro, conforme data-base, também foi mantido e será negociado mais perto da data.
Em dezembro, caso ainda exista excedente de mão de obra, ficou definida a implantação de um Plano de Demissão Involuntária (PDI), em que os funcionários desligados vão receber de 1,5 a 4 salários.
Em nota, a Volvo afirmou que a proposta é fruto de um grande esforço que a companhia vem fazendo num dos piores momentos da indústria automotiva brasileira. “ A Volvo precisa tomar medidas para amenizar uma crise que derrubou as vendas de caminhões pesados em 60% em 2015. A situação não melhorou este ano. Somente nos quatro primeiros meses de 2016 a queda é de 27%. Com a diminuição dos volumes, desde o ano passado, a empresa vem carregando um excedente de 400 funcionários”, diz a nota.
Já o sindicato comemorou a manutenção dos empregos até dezembro, quando, segundo nota enviada à imprensa, “há uma expectativa de que o ambiente de negócios venha a melhorar.”
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