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Volvo prevê ano fraco, mas sem cortes

Fábrica da Volvo, em Curitiba: empresa acredita em uma retomada do mercado a partir de 2016. | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Fábrica da Volvo, em Curitiba: empresa acredita em uma retomada do mercado a partir de 2016. (Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo)

Médio e longo prazo. Esses são os termos da vez no planejamento estratégico da Volvo no Brasil, que prevê uma retomada do setor automotivo somente a partir de 2016. Em entrevista coletiva a jornalistas ontem, em São Paulo, executivos da montadora no país e na América Latina afirmaram que o número de vendas neste ano no segmento de caminhões deve ser menor do que em 2014, ano em que já houve retração de 5% na comercialização de veículos da companhia.

Ano passado, a Volvo registrou 19,7 mil caminhões emplacados, enquanto em 2013 foram 20,7 mil. A queda nas vendas, porém, foi menos acentuada do que na média do mercado. No segmento de caminhões pesados, o setor caiu 15,1%, enquanto a montadora teve queda de 6,3%; em semipesados, a retração nas vendas do mercado foi de 5,6%, com a Volvo registrando decréscimo de 1%.

Somando-se os resultados dos dois segmentos, a companhia viu crescer a participação no mercado brasileiro, de 20% em 2013 para 21,3% ano passado. Os números relativamente positivos, ainda mais em um cenário em que a economia continua andando de lado, fazem a montadora cravar que não haverá novas demissões a curto prazo. Ano passado, as fabricantes de veículos e máquinas agrícolas demitiram 12,3 mil pessoas em todo o país, incluindo a própria Volvo, que anunciou em dezembro o desligamento de 206 funcionários na fábrica de Curitiba – na ocasião, a montadora disse que se tratava de uma medida de ajuste da produção à demanda, que atingiria principalmente os metalúrgicos da linha de caminhões.

“Estamos adaptados para essa situação de mercado de curto prazo. Fizemos um ajuste no final do ano passado na fábrica de Curitiba, mas no momento não há nenhum plano ou decisão para fazer novas demissões. Claro, temos que acompanhar o cenário mês a mês, semana a semana”, ponderou o novo presidente do Grupo Volvo para a América Latina, Claes Nilsson, que assumiu o cargo mês passado.

Financiamento

Um dos principais pontos de atenção para a montadora, que deve impactar as vendas a partir deste ano, é a recente mudança nas condições do Finame, programa de financiamento de máquinas e equipamentos do BNDES, com o aumento dos juros e diminuição da participação do banco nos empréstimos. A Volvo tem um banco próprio para financiar os produtos da marca, mas hoje, no mercado brasileiro, apenas quatro em cada dez veículos são financiados pela empresa. Ano passado, o braço financeiro da Volvo financiou R$ 2,9 bilhões para a aquisição de caminhões, ônibus e equipamentos de construção, valor 34% maior do que no ano anterior.

“O PSI [Programa de Sustentação do Investimento, do BNDES] ajudou muito nos últimos anos. Agora, o mercado vai sofrer um ajuste em relação ao novo Finame, mas ainda serão taxas competitivas. O mercado dará uma diminuída, mas ele vai se recuperar e continuar o crescimento”, afirmou o diretor comercial de caminhões Volvo no Brasil, Bernardo Fedalto.

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