A Volvo Caminhões terá até a próxima segunda-feira para acatar as reivindicações dos funcionários em relação a reajustes no pacote de benefícios de 2012. O prazo foi estabelecido pelo Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC). Caso não sejam atendidas, será realizada uma assembleia geral na terça ou quarta-feira para possivelmente aprovar o indicativo de greve definido na última quarta-feira, depois que os empregados rejeitaram a proposta da empresa em repetir os mesmos valores do ano passado, que contemplava piso de R$ 15 mil na Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e abono salarial de R$ 6 mil.
As exigências dos trabalhadores, no entanto, incluem um mínimo de R$ 18 mil na PLR e a incorporação do abono no vale-mercado, que passaria dos atuais R$ 220 para cerca de R$ 800 mensais, totalizando cerca de R$ 10 mil em 12 meses. "O Leão (Imposto de renda) acaba comendo boa parte deste abono, pago em parcela única. Queremos que ele seja fracionado em doze vezes, transformado em vale-mercado", diz Sérgio Butka, presidente do SMC.
O sindicato também pede que a data-base seja discutida juntamente com a PLR o período oficial é setembro. A proposta da SMC é de que o aumento real do salário seja equiparado ao da Renault, de 3%, além da correção dos vencimentos pelo INPC. A Volvo já teria sinalizado em manter o aumento real de 2,51%, praticado em 2011, e pedido que tal negociação só ocorresse num segundo momento.
A Volvo, por sua vez, informa que a proposta que repete os valores de 2011 é excelente, pois significa para quem ganha menos na empresa quase nove salários a mais além dos 14 vencimentos pagos ao empregado durante o ano considerando que a meta estabelecida para PLR seja atingida integralmente. A montadora avisa que continua em negociação com o sindicato para chegar a um acordo.
Um dos motivos que teriam levado os funcionários a cobrarem reajustes nos benefícios seria o desempenho apresentado pela montadora em 2011. Conforme o site do SMC, a revista da empresa sueca, chamada de Volvo Trucks Globetrotter, informou que o fornecimento de caminhões alcançou 115.345 unidades no mundo inteiro no ano passado. Isso significa um incremento de 53% comparado ao ano anterior. Só no Brasil, ainda de acordo com o SMC, "a planilha da Volvo registrou um fornecimento de 20.806 caminhões, representado uma evolução de 29% em relação a 2010".
De acordo com Sérgio Butka, a Volvo argumenta que neste ano a produção será menor, o que inviabilizaria os valores reivindicados pelos trabalhadores. "Então queremos que a empresa mostre o lucro obtido em 2011. Até agora não apresentaram nada", infatiza o presidente, que diz acreditar que será difícil ter sucesso na mesa de negociação.