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Assembleia na Volvo: greve pode sair na semana que vem | André Nojima/ Imprensa SMC
Assembleia na Volvo: greve pode sair na semana que vem| Foto: André Nojima/ Imprensa SMC

Volkswagen volta a negociar em agosto

Em outras duas fábricas instaladas na Grande Curitiba, apenas a Volks­wagen vai negociar o pagamento da PLR de 2012. A primeira parcela, de R$ 6.136, será creditada até o fim deste mês, enquanto a discussão do valor da segunda acontecerá somente em agosto, na data-base. O sindicato busca um piso de R$ 15 mil no benefício. Já Renault e seus funcionários fecharam em 2011 o maior acordo salarial já feito no segmento, com vigência de três anos. Em 2012, os empregados receberão R$ 15 mil de PLR, com a primeira parcela de R$ 7.500 para este mês; 3% de aumento real, mais INPC; e cerca de R$ 5,5 mil de abono salarial, a ser pago em setembro.

Nos próximos dois meses, haverá negociações também em outros estados. Na quarta-feira chegou ao fim a paralisação de 24 horas na General Motors de Gravataí (RS) após acordo entre montadora e funcionários.

No ano passado, os metalúrgicos da Volvo conquistaram a maior participação nos lucros já registrada na iniciativa privada brasileira, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-econômicos (Dieese). Na época, houve paralização de três dias do chão de fábrica até que a proposta fosse aceita pela montadora. A empresa está situada na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), tem cerca de 4,2 mil empregados e fábrica ônibus e caminhões. Além do mercado interno, a empresa atende também Chile e México.

A Volvo Caminhões terá até a próxima segunda-feira para acatar as reivindicações dos funcionários em relação a reajustes no pacote de benefícios de 2012. O prazo foi estabelecido pelo Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC). Caso não sejam atendidas, será realizada uma assembleia geral na terça ou quarta-feira para possivelmente aprovar o indicativo de greve definido na última quarta-feira, depois que os empregados rejeitaram a proposta da empresa em repetir os mesmos valores do ano passado, que contemplava piso de R$ 15 mil na Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e abono salarial de R$ 6 mil.

As exigências dos trabalhadores, no entanto, incluem um mínimo de R$ 18 mil na PLR e a incorporação do abono no vale-mercado, que passaria dos atuais R$ 220 para cerca de R$ 800 mensais, totalizando cerca de R$ 10 mil em 12 meses. "O Leão (Imposto de renda) acaba comendo boa parte deste abono, pago em parcela única. Queremos que ele seja fracionado em doze vezes, transformado em vale-mercado", diz Sérgio Butka, presidente do SMC.

O sindicato também pede que a data-base seja discutida juntamente com a PLR – o período oficial é setembro. A proposta da SMC é de que o aumento real do salário seja equiparado ao da Renault, de 3%, além da correção dos vencimentos pelo INPC. A Volvo já teria sinalizado em manter o aumento real de 2,51%, praticado em 2011, e pedido que tal negociação só ocorresse num segundo momento.

A Volvo, por sua vez, informa que a proposta que repete os valores de 2011 é excelente, pois significa para quem ganha menos na empresa quase nove salários a mais além dos 14 vencimentos pagos ao empregado durante o ano – considerando que a meta estabelecida para PLR seja atingida integralmente. A montadora avisa que continua em negociação com o sindicato para chegar a um acordo.

Um dos motivos que teriam levado os funcionários a cobrarem reajustes nos benefícios seria o desempenho apresentado pela montadora em 2011. Conforme o site do SMC, a revista da empresa sueca, chamada de Volvo Trucks Globetrotter, informou que o fornecimento de caminhões alcançou 115.345 unidades no mundo inteiro no ano passado. Isso significa um incremento de 53% comparado ao ano anterior. Só no Brasil, ainda de acordo com o SMC, "a planilha da Volvo registrou um fornecimento de 20.806 caminhões, representado uma evolução de 29% em relação a 2010".

De acordo com Sérgio Butka, a Volvo argumenta que neste ano a produção será menor, o que inviabilizaria os valores reivindicados pelos trabalhadores. "Então queremos que a empresa mostre o lucro obtido em 2011. Até agora não apresentaram nada", infatiza o presidente, que diz acreditar que será difícil ter sucesso na mesa de negociação.

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