As viagens de avião para aproveitar as festas de fim de ano estão pesando no bolso dos brasileiros, principalmente se o destino for cidades do Nordeste e capitais turísticas. Levantamento do site Decolar mostrou que o aumento médio do bilhete para embarques entre os dias 20 e 31 de dezembro chega a 80% em média, sobre o valor no cobrado no mesmo período do ano passado. Esse é o caso de Natal (RN), por exemplo. Para Porto Seguro, a alta é de 60%; nos voos para Salvador e Recife, o preço do bilhete subiu 54%. Viajar para Fortaleza está custando 45% mais caro, para Florianópolis 41% e para o Rio, 35%.
Os preços também estão bem mais salgados nas viagens para fora do país para aquela época do ano. As altas mais expressivas foram nos voos para Buenos Aires, de 41%; para Santiago, com elevação de 24% e Lisboa, com alta de 22%. Miami e Nova York são exceções, com quedas de 14% e 11%, respectivamente, nos preços das passagens. O levantamento foi feito com base nas vendas de passagens e pacotes para embarque entre os feriados de Natal e de Ano Novo. Os destinos citados estão entre os mais procurados no mercado doméstico e internacional, segundo o site Decolar.
“De uma maneira geral, podemos observar que, mesmo com as diversas promoções durante o ano, para alta temporada a maioria dos destinos apresentou um aumento no ticket médio”, informou o site.
Segundo especialistas, as empresas estão aproveitando a procura tradicionalmente elevada nessa época do ano para recompor margens. O professor de Engenharia do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) Alessandro Oliveira lembrou que, entre agosto e dezembro do ano passado, a inflação das passagens aéreas foi de 45%, de acordo com o IPCA, medido pelo IBGE. No entanto, com o agravamento da crise econômica ao longo de 2015, os passageiros sumiram, principalmente os corporativos, que costumam viajar em cima da hora a negócios e pagar preços mais altos.
Para evitar aviões vazios e prejuízos na certa, as empresas intensificaram as promoções fora da temporada e, com isso, os preços dos bilhetes caíram em média 30% entre janeiro e outubro, no cômputo geral. No IPCA-15, divulgado na última quinta-feira, os preços recuaram em média 5,36% em relação a outubro. Para novembro, ainda é uma incógnita, disse Oliveira, mas, em dezembro, a inflação das passagens deve voltar a subir em média 7%.
Para minimizar os prejuízos, agravados com a alta do dólar, as empresas intensificaram os cortes de voos, principalmente nos últimos meses, e a tendência é que ação resulte em aumento de preços, com o início da alta temporada. Segundo informações da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), neste mês TAM, Gol e Azul fizeram ao todo 16 solicitações de redução de voos no mercado doméstico e internacional. E o ano pode fechar com prejuízo histórico no setor.