O BNDES decidiu executar a garantia do empréstimo de cerca de R$ 570 milhões feito à empresa naval OSX, de Eike Batista, que entrou com pedido de recuperação judicial na semana passada. Com isso, o banco Votorantim, que deu a carta de fiança ao financiamento, assume o lugar do banco público como credor da companhia. A informação foi confirmada nesta terça-feira (19) pela OSX.
O empréstimo, concedido em dezembro de 2011, venceu na última sexta-feira (15), após ter sido prorrogado duas vezes. O BNDES decidiu então exercer ontem as garantias para receber o pagamento.
O financiamento, originalmente de US$ 228 milhões, foi registrado pela OSX em sua lista de credores enviada à Justiça por US$ 252 milhões (R$ 570 milhões), num cálculo que inclui os juros, apurou a reportagem.O Votorantim terá de honrar agora o pagamento ao BNDES, mas só receberá os valores da OSX em outubro do ano que vem, já que firmou um acordo com a empresa se comprometendo a rolar a dívida.
O efetivo pagamento da dívida dependerá, contudo, do plano de recuperação apresentado pela companhia e do sucesso da venda de ativos, como as plataformas de petróleo da empresa.
O movimento do BNDES fora antecipado pelo Votorantim, que já vinha cortando custos para assumir o prejuízo sem maiores dificuldades, conforme informou a Folha de S.Paulo.
A Caixa Econômica Federal encontrava-se na mesma situação que o BNDES. Em outubro, venceu um empréstimo de R$ 460 milhões concedido à OSX e garantidos pelo Santander. O banco público decidiu, no entanto, rolar por um ano a dívida juntamente com seu garantidor.
Votorantim e Santander não só aceitaram segurar até outubro de 2014 a execução dos créditos dos bancos públicos, que somados superam R$ 1 bilhão, como concordaram em injetar posteriormente R$ 20 milhões, como forma de dar algum fôlego à companhia, apurou a reportagem.
Em troca, conseguiram que a OSX garantisse seus créditos com o dinheiro que pretende levantar com a venda de suas plataformas. Mas essa garantia só estará em vigor se o juiz concordar. Até agora, o pedido de recuperação judicial feito pela companhia ainda não foi aceito pela Justiça do Rio de Janeiro. Procurados, BNDES e Votorantim não quiseram comentar.
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